Orquestra enfrenta problemas

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Por BRÁS HENRIQUE
Atualização:

Com 71 anos de existência, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto atravessa uma situação financeira "preocupante" e precisa captar cerca de R$ 300 mil até o final do ano para não correr o risco de encerrar as atividades. A situação esteve pior há um mês. A Associação Musical de Ribeirão Preto, mantenedora da orquestra, tem 54 músicos e 14 funcionários da área administrativa. O orçamento anual com a orquestra é de R$ 3 milhões, mas a crise financeira mundial dificultou a situação de empresas patrocinadoras, que destinam o lucro real pela Lei Rouanet, não o lucro presumido. A Associação Musical deu o "aviso" aos funcionários sobre a situação, para não excederem nos gastos, e para mobilizar a sociedade. "Estamos todos no mesmo barco e, se afundar, vamos juntos", diz a gerente administrativa da instituição, Ana Claudia Basso. Segundo ela, não existe dívida no mercado e o caixa atual aguenta até novembro, pois conseguiu dois novos patrocinadores no último mês, que bancarão cerca de R$ 300 mil. "Não perdemos patrocinadores, mas a crise dificultou os repasses", comenta ela. Uma das patrocinadoras, que bancava 100% de um projeto voltado à juventude, agora destina apenas 50%. "Outra empresa, que repassava R$ 80 mil em 2008, agora conseguiu enviar apenas R$ 5 mil, uma queda muito grande", diz Ana Claudia. A orquestra tem entre 45 e 50 pequenas e grandes patrocinadoras, mas que repassam o dinheiro pela Lei Rouanet - 80% dos recursos da instituição musical. A prefeitura, como sócio patrono, destina R$ 360 mil/ano e também foi mobilizada. Os músicos têm vínculo empregatício com a Associação Musical, por 3 horas diárias, com cartão de ponto e todos os direitos trabalhistas garantidos. "Se encerrarmos as atividades, mesmo que por algum tempo, que seja de uma forma digna", diz Ana Claudia, que está mais otimista. "A própria crise dá sinais de melhora", destaca ela. Apesar do risco, ninguém saiu da orquestra, mas todos sabem do problema.

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