
17 de dezembro de 2010 | 00h00
É inútil gritar que é roubo e formação de quadrilha, que deveria ser proibido. Pelo seu alto potencial de desvios, as emendas para shows e eventos já são proibidas por lei votada pelos próprios parlamentares. Mas mesmo assim eles continuam fazendo o que sempre fizeram, começando pelo próprio relator do Orçamento, Gim Argello, suplente e discípulo de Joaquim Roriz, que foi pilhado com emendas para ONGs fantasmas e renunciou. Para não cair, Zero-Gim pediu pra sair.
Mas nossos problemas acabaram: o novo ministro do Turismo vai ser o deputado maranhense Pedro Novais, 80 anos de idade e seis mandatos, escolhido a dedo por Sarney por sua vasta experiência em viagens por conta da Câmara. Lobistas, traficantes de influência e atravessadores do ministério estão em polvorosa, eles sabem que onde há dedo de Sarney a decência, o mérito e a eficiência imperam. Como no Maranhão e no Senado.
Com sua argúcia e o rigor de seus critérios, Sarney é um mestre em escolher os melhores e mais capazes. Capazes de tudo, como o conterrâneo Edison Lobão, que continua energizando o Ministério de Minas e Energia com sua presença.
Como ensinou Lula a um jornalista, aos gritos: falar que Sarney é um oligarca atrasado é puro preconceito. Talvez da elite inconformada com suas indicações de auxiliares dessa qualidade para os governos de Lula e de Dilma.
Diante da disputa selvagem por cargos no novo governo, perguntar não ofende: se Dilma peitar o fisiologismo do PMDB, eles vão fazer o quê: apoiar a oposição ou sabotar o governo?
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