Outro agente penitenciário é executado em São Paulo

Na noite de domingo, por volta das 20 horas, o agente Otacílio do Couto foi morto na zona norte da capital paulista. Categoria decide manter paralisação

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Por Agencia Estado
Atualização:

Otacílio do Couto,de 40 anos, é o quarto agente penitenciário assassinado em São Paulo em apenas 5 dias. Couto trabalhava no Centro de Detenção Provisória II do Belém (zona leste) e estava a caminho do serviço, quando foi atacado enquanto conversava em um telefone público na região do Jaçanã. Mesmo levado ao pronto-socorro do Hospital São Luiz Gonzaga, no mesmo bairro, Otacílio não resistiu. Segundo a polícia, o ataque foi realizado por três ou quatro homens que ocupavam uma Parati. Ninguém havia sido preso até as 3 horas desta madrugada. O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo, Cícero Sarney, confirmou no final da noite de domingo que, em decorrência da morte de Otacílio, a paralisação continua. Caçada O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) denunciou no domingo que a categoria está sendo vítima de uma "caçada" promovida pelo crime organizado. "Os agentes estão sendo caçados como a raposa daqueles filmes ingleses", comparou o assessor da diretoria do Sifuspesp, Danilo Bonfim. Segundo Bonfim, o clima é de insegurança total entre os servidores e há risco de paralisação do sistema prisional. Porém, os funcionários ainda sofrem pressões dos diretores das unidades prisionais para que não entrem em greve. A diretoria do sindicato se reunirá nesta segunda para decidir quais serão os próximos passos diante do assassinato dos agentes. Outros casos Um outro ataque foi registrado na mesma noite de domingo. O agente penitenciário Joselito Francisco da Silva foi alvo de atiradores por volta das 21 horas na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. O veículo de Silva - que trabalha no CDP de Guarulhos - foi atingido por vários tiros. O agente, no entanto, saiu ileso e decidiu não registrar a ocorrência. Na manhã do último sábado, o agente penitenciário Eduardo Rodrigues, de 41 anos, foi assassinado a tiros por dois criminosos no bairro Jardim Arpoador, zona oeste da capital paulista. Ele levou quatro tiros à queima roupa dentro de uma loja, onde havia levado sua TV para consertar. Na última quinta-feira, o carcereiro Gilmar Francisco da Silva, de 40 anos, foi assassinado com sete tiros em frente a sua casa, no Jaraguá, zona oeste da capital. Segundo seus parentes, há quatro meses o agente penitenciário, que trabalhava no Cadeião Feminino de Pinheiros, vinha recebendo ameaças constantes de seus vizinhos devido a uma discussão com um grupo de usuários de drogas que viviam em sua rua. A Polícia Civil acredita que o PCC não está por trás de sua morte. Um dia antes, o carcereiro Nilton Celestino, de 41 anos, foi executado com dez tiros por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele trabalhava no Centro de Detenção Provisória de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Além dos quatro agentes assassinados até o momento, outros nove foram mortos durante os ataques promovidos pelo PCC em maio. Matéria alterada às 10h30

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