Outro ônibus é atacado no Rio; não há registro de feridos

O coletivo foi atacado às 20h10 na Estrada de Madureira, no bairro Jardim Paraíso

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um ônibus da Viação Glória foi queimado na noite desta sexta-feira em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por volta das 20h10 na Estrada de Madureira, no bairro Jardim Paraíso. O Corpo de Bombeiros foi para o local e o fogo foi controlado. Não havia informações sobre feridos. O incidente aconteceu após o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, ter prometido, ainda nesta tarde, que os ataques não voltariam a ocorrer. "Não vai acontecer mais nada, estou convencido disso", disse ele. "Quero tranqüilizar a população. Não acontecerá uma ação ordenada. Pode haver coisas pontuais, oportunistas, mas com certeza teremos um réveillon tranqüilo", disse o secretário. "O que houve foi uma demonstração de força. Força que deve ser insuficiente para retomar favelas controladas por milícias, mas que é suficiente para inquietar a população." Apesar de negar que haja divergências com o secretário de Segurança, Roberto Precioso, ele, classificou de "inocência olímpica" alguém acreditar na possibilidade de os ataques terem sido motivados pela mudança de governo, tese defendida na última quinta-feira por Precioso. Segundo Santos, informações do serviço de inteligência da polícia mostram que não há ordens para novos ataques. Ataques Os ataques da madrugada de quinta-feira, dia 28, foram liderados por diferentes facções criminosas, segundo autoridades. Os ataques deixaram 18 mortos e mais de 25 feridos. Entre os mortos há nove civis, sete suspeitos de envolvimento nos ataques e dois policiais militares. Durante a madrugada de sexta, foram registrados dois ataques, sem vítimas - e até às 18 horas desta sexta-feira não havia informações de novos ataques. A Polícia Militar reforçou o patrulhamento nas ruas, mas o policiamento nos pontos fixos foi abandonado, depois que cabines e delegacias foram metralhadas durante a madrugada desta sexta-feira, por volta da 1h30 da manhã, segundo o programa RJTV. Na favela da Rocinha, apenas uma viatura estava parada na entrada do morro na manhã desta sexta-feira, mesma situação do Complexo da Maré, na Linha Vermelha, onde policiais trocaram tiros com suspeitos na madrugada. Reforço Depois dos ataques da madrugada de quinta, as polícias militar e civil do Estado anunciaram o plano de segurança para o réveillon com participação de 20.734 policiais no Estado. O número de 14.234 PMs representa um aumento de 20% em relação a 2005. De acordo com o site NoMínimo, o prefeito César Maia (PFL) "pediu patrulhamento de tropas do Exército para as vias expressas até o réveillon". Contudo, esta decisão cabe à governadora Rosinha Matheus(PMDB), que rejeitou nesta tarde qualquer ajuda de forças federais na cidade. Para conter os criminosos, a PM contará com o auxílio de 92 carros da Polícia Civil, que ficarão responsáveis pelas redondezas de morros controlados pelo tráfico de drogas, desde esta quinta até o dia 2 de janeiro. "Vamos reforçar o policiamento das carceragens e impedir que saia qualquer tipo de ordem de dentro dos presídios", garantiu o chefe da Polícia Civil, delegado Ricardo Hallak. Principais ataques A seguir, os principais ataques registrados no Rio na quinta-feira: - Dois policiais militares são atacados na Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, zona oeste. Um PM morre, outro fica ferido e um suspeito é morto - Criminosos disparam contra uma cabine da PM em Botafogo, na zona sul, matam uma vendedora ambulante, que trabalhava próximo aos policiais - Dois ônibus são incendiados na Avenida Brasil. Em um deles, não há feridos. No outro, sete passageiros morrem carbonizados e dois ficam desaparecidos - A Delegacia de Polícia de Campinho, na zona norte, é metralhada. Um homem que registrava queixa no local morre - A Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Grajaú, na zona norte, é metralhada - Um PM que estava parado em um veículo é morto

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