Ouvidor das polícias concorda com sugestões

Antonio Funari Filho, de São Paulo, defende avaliação anual de profissionais para evitar stress

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Por Laura Diniz e Alexandre Rodrigues
Atualização:

Para o ouvidor das polícias de São Paulo, Antônio Funari Filho, as críticas e as sugestões de Philip Alston não surpreendem e são perfeitamente cabíveis. Segundo ele, é preciso que haja uma avaliação anual de saúde física e psicológica do policial. ''Isso evitaria grande parte da violência policial, que é decorrente do stress'', afirmou. Funari defendeu uma atuação mais incisiva do Ministério Público Estadual (MPE) para investigar os casos de resistência seguida de morte. ''A afirmação de que houve resistência é o que vale. É preciso investigações mais profundas e acompanhamento direto do MPE.'' Os crimes de maio de 2006, durante os ataques do PCC, segundo o ouvidor, ilustram bem essa situação. ''Nenhum dos casos de resistência seguida de morte resultou, por enquanto, em denúncia contra o policial que matou. Isso significa impunidade.'' Dos 54 casos de mortos por autoria desconhecida no Estado, 16 foram arquivados por falta de provas, 5 tiveram a autoria determinada e 33 ainda são investigados. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota oficial, declarou que Alston está ''mal informado'' e ''não é a primeira vez que a ONU divulga informações inverídicas que causam prejuízo à imagem de São Paulo''. Na nota, o governo divulga dados para tentar comprovar a eficácia da polícia no esclarecimento de crimes e destaca a redução de homicídios no Estado, registrada nos últimos anos. Também por meio de nota, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança do Rio contestou Alston, que criticou o modelo de ''megaoperações'' adotado desde 2007. ''As afirmações do relatório são subjetivas, desfocadas da realidade e carregam forte viés ideológico'', diz o texto oficial, que ainda contesta a baixa apreensão de armas e drogas, bem como a afirmação de que as ações falharam em desmantelar organizações criminosas.

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