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Pacientes da UTI, muitos entubados, tiveram de ser transferidos às pressas

Ao todo, 44 pessoas seguiram para outros centros médicos; outras 200 foram realocadas no Instituto Central

Por Camilla Haddad , Fernanda Aranda , Fabiane Leite e Eduardo Reina
Atualização:

A calçada da Avenida Doutor Enéas de Carvalho, na zona oeste de São Paulo, transformou-se numa praça de guerra. Dezenas de macas e pacientes recém-operados aguardavam para entrar em ambulâncias e ser transferidos. Pelo menos 44 pacientes do Hospital das Clínicas tiveram de ser retirados às pressas do Prédio de Ambulatórios, atingido pelo incêndio na véspera de Natal. E esse foi só o movimento externo: dentro do Instituto Central, 200 pessoas tiveram de realocadas, depois que a fumaça tomou o 8º e 9º andares. Apenas no 9º andar do Prédio de Ambulatórios, onde estão a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o centro cirúrgico, havia dez pacientes - a maioria entubada com aparelhos de ventilação mecânica. Duas cirurgias estavam em andamento e precisaram ser interrompidas. Nessa mesma área, havia 32 gestantes de alto risco - 19 foram transferidas para o Hospital Sapopemba, na zona leste, três ao Hospital Universitário, na oeste, seis ao Hospital São Paulo, na sul, e quatro ao Hospital Guaianases, na leste. Os pacientes foram retirados pela escadaria de emergência, uma vez que os elevadores pararam de funcionar. Segundo funcionários, para piorar a situação, o acesso às escadas estava trancado e os cadeados tiveram de ser arrombados com alicates e instrumentos cirúrgicos dos próprios médicos de plantão. O coronel do Corpo de Bombeiros, Manuel Antônio Araújo, porém, negou que as portas de emergência estivessem trancadas. DESESPERO Em um ato de desespero, uma enfermeira e um jovem turista japonês de 16 anos que havia sido operado anteontem desceram de uma altura de quase três metros com ajuda de lençóis entrelaçados. A enfermeira se feriu e teve de ser levada para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Na correria, até o soro do paciente ficou para trás.

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