Padre é assassinado no PR

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Por Agencia Estado
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O padre Joaquim Raimundo Braz, de 42 anos, cujas missas carismáticas atraíam milhares de pessoas em Matinhos, no litoral do Paraná, foi morto, por volta das 21h30 de ontem, quando deixava uma reunião e se dirigia para a casa paroquial. Ele levou um tiro, provavelmente de calibre 38, que atingiu vários órgãos internos. A polícia acredita que o padre pode ter reagido a um assalto. O corpo será levado na manhã de amanhã para Ibaiti, no norte do Paraná, distante cerca de 400 quilômetros, onde será enterrado. Lá moram sua mãe, de 80 anos, e 11 irmãos. Folclórico Por causa do seu modo particular de se vestir, com roupas floridas desenhadas por ele mesmo, bermudas, cabelo tingido e muitas jóias; das missas que mais pareciam festa e lotavam a igreja e de uma loja onde vendia artigos religiosos, vinho, bijuterias e até roupas íntimas da grife J.Braz, o padre tinha se tornado uma figura folclórica e querida no litoral paranaense, onde atuava desde agosto de 1990. Ele também escreveu três livros. O primeiro, "Deus é Mãe", chegou a criar polêmica. A igreja onde o corpo foi velado hoje ficou lotada praticamente durante todo o dia. Hoje à tarde, a polícia ainda não tinha informações sobre o autor do crime. Segundo o superintendente Ivo Venâncio de Brito, o padre estava em uma reunião no salão paroquial, com cerca de 20 membros do conselho da igreja, organizando a festa do padroeiro São Pedro. Ele deixou a reunião por volta das 21h30 saiu por uma porta lateral, fechou-a e dirigia-se para a casa paroquial por um corredor estreito, formado pela lateral do salão e pelo muro de uma escola estadual, onde os alunos estavam em recreio. Menos de dois minutos após ter saído, as pessoas que estavam na reunião ouviram um barulho. Logo depois o padre foi até a janela e disse que tinha levado um tiro e que fôra vítima de um assalto. "Por isso acreditamos que tenha sido assalto, mas não descartamos outras hipóteses, como vingança, embora seja improvável", disse o superintendente da delegacia. O padre foi levado ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde os médicos tentaram reanimá-lo por 25 minutos. Segundo Brito, a bala primeiro atingiu o braço esquerdo, perfurou o pulmão e o coração. Depois bateu na costela direita, desviou para baixo e transpassou o estômago, indo alojar-se no rim direito. "Foi praticamente à queima-roupa", disse o superintendente. No local, a polícia recolheu uma touca, em que foram feitos dois buracos para os olhos, e amostras de sangue que estavam no muro. Uma das hipóteses é que a pessoa que atirou tenha batido com o nariz no muro, ao tentar pulá-lo, e sangrado. A pessoa provavelmente fugiu pelo pátio do colégio, infiltrando-se entre os alunos.

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