Padre é preso em MG, acusado de pedofilia

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Por Agencia Estado
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O padre Bonifácio Buzzi, de 41 anos, integrante da Arquidiocese da cidade histórica de Mariana, a 115 quilômetros de Belo Horizonte, e acusado de abusos sexuais contra um garoto de nove anos, foi preso no fim da tarde desta quinta-feira e está na Delegacia de Polícia Civil da vizinha Ouro Preto. O padre apresentou-se espontaneamente à polícia em Mariana um dia depois da decretação de prisão preventiva pelo juiz Antônio Carlos Braga, da comarca local. Foi imediatamente transferido para a cidade vizinha por razões de segurança. Buzzi fora condenado em 1998, em Santa Bárbara, perto de Mariana, a nove anos de prisão, também sob a acusação de ter cometido crimes sexuais contra duas crianças, de cinco e 11 anos. De acordo com o promotor que cuidou do caso, Antônio Carlos de Oliveira, o padre chegou a cumprir dois anos da pena e obteve progressão para o regime semi-aberto. Foi então reintegrado à Arquidiocese de Mariana - dirigida pelo ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Luciano Mendes de Almeida -, à qual também pertencem as igrejas de Santa Bárbara, e voltou a celebrar missas. Antes disso, conforme os autos, o padre atuara em Joinville (SC), onde também havia sido acusado de abusar de menores. Desta vez, a denúncia contra o padre foi feita ao Ministério Público pela mãe da suposta vítima, Maria Lúcia Olaria, moradora da zona rural de Mariana e que freqüentava com a família as missas do padre. De acordo com ela, este mês Buzzi teria praticado atos libidinosos com o filho em duas ocasiões. Na última, de acordo com o relato do menino, o padre o levou para pescar, mandou que ele tirasse a roupa e também ficou nu. "Meu filho contou que o padre fez sexo oral com ele e depois queria que ele fizesse o mesmo", disse. Uma professora e a diretora da escola onde a criança estuda confirmaram ao MP que o aluno vinha apresentando comportamento estranho, possivelmente em razão dos abusos. Ao ser preso, Buzzi não quis dar declarações, e o advogado dele, José Celso dos Santos, também não comentou o caso. Na secretaria da Arquidiocese de Mariana, a informação era de que Dom Luciano Mendes de Almeida, única pessoa que poderia falar sobre o assunto, estava em Itaici, no interior de São Paulo, participando de assembléia da CNBB. Caso as denúncias sejam comprovadas, o padre perderá direito à condicional e poderá ser novamente condenado a pena que varia de seis a nove anos, em regime fechado.

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