Paes admite risco de mais problemas na Jornada

Prefeito do Rio reconhece que a cidade pode voltar a parar nesta quinta e sexta-feira e revela que está torcendo para que o tempo melhore

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Por Wilson Tosta , Roberta Pennafort e Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Um dia após o colapso dos transportes que deixou a pé milhares de peregrinos e voluntários da JMJ, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), expressou preocupação com o desempenho do setor a partir de nesta quinta-feira, 25. "Se 1,5 milhão de pessoas resolverem sair (de Copacabana) logo depois da saída do papa Francisco, isso vai obviamente criar dificuldades."

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Às 18h, começará na praia a Festa de Acolhida dos Jovens e nesta sexta, no mesmo horário, a via-crúcis. Nos dois eventos, a prefeitura espera público semelhante ao do réveillon. Paes também anunciou punições para as empresas de transporte coletivo por sua falha de terça-feira, 23.

"Os consórcios foram informados. Serão multados", disse o prefeito, afirmando que, se o metrô fosse da sua alçada (as linhas são do Estado, governado por seu padrinho político, Sérgio Cabral, também do PMDB, e têm a gestão privatizada), também seria multado.

Para o prefeito, entre os fatores que ajudaram a piorar a situação dos transportes terça-feira estavam o frio e a chuva fina em uma região que recebe ventos vindos do mar. O mau tempo levou a maioria dos fiéis a deixar a praia quase ao mesmo tempo, após a celebração religiosa, concentrando o movimento em um espaço de tempo muito curto.

"A gente torce e espera que o tempo melhore amanhã (quinta) e que as pessoas aproveitem os shows que estão programados para depois."

Pelo planejamento da prefeitura, o escoamento das pessoas acontecerá aos poucos, até as 4h de sexta. Apesar de reconhecer que ocorreram falhas, Paes afirmou que a JMJ tem um "grau de imprevisibilidade alto", o que cria dificuldades extras. "Esperamos 1,2 milhão de pessoas no Campo da Fé (em Guaratiba, aonde o papa Francisco vai no fim de semana), prevemos que vai levar dez horas para escoar o público, mas não tem catraca lá", disse. "Do jeito que esse papa é carismático, do jeito que esse papa já conquistou esta cidade, não duvido que vá mais gente para o Campo da Fé, aí vai levar 15 horas."

Fechamento. Hoje, Copacabana será fechada ao trânsito em 24 pontos, em um esquema muito semelhante ao do réveillon. A partir de meio-dia, será proibida a circulação de carros particulares e, depois das 14h, nem mesmo ônibus e táxis poderão circular na região. Para chegar ao bairro, os fiéis deverão usar o metrô, com bilhetes com horário fixo, comprados previamente para evitar superlotação de trens e estações. "Nenhum passageiro entrará no metrô nesse horário sem esse ingresso (com horário pré-fixado)", afirmou o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório.

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O diretor de engenharia da concessionária Metrô Rio, Joubert Flores, disse na quarta-feira, 24, que conta com a experiência de 14 anos em operações especiais no réveillon de Copacabana e em eventos como os shows de Rolling Stones e Stevie Wonder na praia. "Os horários serão mais espalhados do que no réveillon e muitos peregrinos vão de ônibus até Botafogo e, de lá, vão andando, como se faz também no dia 31 de dezembro."

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