PUBLICIDADE

Pai de Joanna é transferido para Bangu 8 no Rio

André Marins foi preso ontem após determinação da Justiça; ele e a mulher são acusados de tortura e homicídio qualificado contra a garota de 5 anos

Por Talita Figueiredo e Pedro Dantas
Atualização:

RIO - O pai de Joanna, André Rodrigues Marins, foi transferido nesta terça-feira, 26, para o presídio de Bangu 8. Ele passou a noite na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), após sua prisão ter sido determinada na segunda-feira pela Justiça do Rio. À tarde, ele e a madrasta da garota, Vanessa Maia Furtado, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual pelos crimes de tortura e homicídio qualificado (por meio cruel). O MP também solicitou a prisão da madrasta de Joanna, mas o juiz do 3.º Tribunal do Júri, Guilherme Schilling, negou o pedido.

 

PUBLICIDADE

Joanna morreu há dois meses em decorrência de uma meningite viral, mas segundo laudo da polícia, apresentava sinais de maus tratos. Caso condenados, os denunciados podem cumprir penas de até 40 anos de prisão pelos dois crimes. Os dois sempre negaram as acusações. De acordo com a denúncia, "Vanessa teve uma atuação tão grave quanto a de André Marins, tanto na prática da tortura quanto na omissão de socorro."

 

Segundo os promotores, na primeira quinzena de julho a menina foi mantida dentro da casa dos acusados com as mãos e pés amarrados e deixada no chão por horas e dias suja de fezes e urina. "O tratamento desumano e degradante deixou lesões físicas e psíquicas na menor, que colaboraram para a baixa da imunidade de seu sistema imunológico.

 

Os laudos do inquérito identificaram também sinais de hematomas e queimaduras em diversos pontos do corpo da menina, além de indícios de quadro depressivo - características que baseiam o oferecimento da denúncia para crime de tortura", diz a denúncia.

 

Ainda de acordo com os promotores, como a menina só foi levada ao hospital quando seu estado de saúde já era crítico. Para agravar a situação, ela foi atendida no Hospital Rio Mar, no Recreio dos Bandeirantes, pelo falso médico Alex Sandro da Cunha Souza, que liberou para casa. Ele já teve a prisão decretada e é considerado foragido.

 

Ainda nesta terça, a chefe da pediatria do hospital, Sarita Pereira, vai prestar depoimento. Ela havia contratado o falso médico.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.