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Pai de João Roberto chama PMs de assassinos

Por Talita Figueiredo
Atualização:

Ao encarar pela primeira vez os policiais militares acusados da morte de seu filho de apenas 3 anos, o taxista Paulo Roberto Soares se exaltou e chamou os dois de assassinos. O encontro aconteceu ontem, durante audiência no 2º Tribunal do Júri, no Rio. Paulo é pai de João Roberto Amaral Soares, baleado na noite de 6 de julho dentro do carro da família. "Assassinos. O que vocês fizeram foi covardia. Mataram meu filho, uma criança indefesa. Não consigo mais dormir, não consigo mais comer. Foi covardia, assassinos", gritou ele, antes de ser retirado do tribunal por seus advogados. O cabo William de Paula e o soldado Elias Gonçalves da Costa Neto confundiram o carro onde estava João Roberto, um Palio Weekend cinza, com um Fiat Stilo preto roubado. O carro da família, dirigido por sua mãe, Alessandra Soares, foi atingido por pelo menos 15 tiros. Ela havia acabado de encostar o veículo para deixar que a polícia passasse. Alessandra voltava de uma festa com João Roberto e seu outro filho, de 1 ano, quando foi abordada pelos PMs. Ontem, ela foi uma das seis testemunhas que prestaram depoimento ao juiz Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez. João Tancredo, advogado da família, contou que o comandante do 6º BPM, coronel Ruy Loury, disse que a perseguição era legítima, até o momento da abordagem. "O comandante confirmou que sair do carro atirando está errado." O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, vai depor no dia 23.

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