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Pai de vítima depõe no julgamento do maníaco do parque

Por Agencia Estado
Atualização:

A primeira das cinco testemunhas de acusação a depor no julgamento do motoboy Francisco de Assis Pereira foi o pai de Isadora, o empresário Cláudio Fraenkel. Foi a primeira vez que ele se viu ao lado do assassino de sua filha. ?Não quero nem olhar para ele?, disse ao promotor Edilson Bonfim. Ao depor para o juiz Waldir Calciolari, o motoboy disse que apanhou dois cheques assinados por Isadora: um, no valor de R$ 200,00, com o qual comprou um capacete, e outro, de R$ 500,00, que destruiu por acreditar que não tinha fundos. Pereira confirmou ter preenchido, de próprio punho, um cheque no valor de R$ 50,00 para pagar uma dívida no bar. Crítica à polícia Fraenkel disse ser ?impossível? sua filha andar com dois cheques preenchidos e assinados. ?Ela era uma moça controlada e não faria isso, mesmo porque não havia fundos?, disse, em seu depoimento. ?Desde o início, falei na polícia que minha filha preencheu os cheques sob coação e mostrei que a letra dela estava tremida, mas os policiais agiram com preconceito, insinuando que minha filha estava me dando um golpe?, afirmou o pai de Isadora. Ele disse não entender o desaparecimento de uma pessoa e o aparecimento de cheques nunca antes emitidos daquela forma e que continham o nome e o endereço de um provável criminoso que não levaram a suspeitar de um crime. ?Inspiração maligna? Em seu depoimento ao juiz Calciolari, o motoboy disse que praticou assassinato por estar acometido de uma ?inspiração maligna?. Afirmou que, depois de ler a Bíblia, ficou sabendo que tudo foi provocado por ?Chico Estrela?, apelido que ele deu à sua ?parte maligna?. Pereira disse que abordou Isadora às 16h20, provavelmente de 11 de fevereiro de 1998, na Avenida Faria Lima, junto de um ponto de ônibus. ?Eu a convidei para fazer uma propaganda da Avon. Fiz isso inspirado numa maldição. Estava possessivo (sic), lutava contra minhas próprias forças e desejava que ela não aceitasse o convite.? Cheques O maníaco declarou ainda que ao chegar ao Parque do Estado procurou uma trilha mais difícil para que Isadora desistisse. ?Mas ela continuou, e um desejo maldito se apossou de mim. Alisei seu cabelo, seu corpo, a beijei e fiz sexo. Ela fez de forma forçada, assustada com minha postura agressiva.? Contou que, depois pegou uma madeira e a estrangulou, deixando o corpo entre as folhagens. Pegou um rolo no meio de suas roupas íntimas. ?Era noite e só depois vi que era um talão de cheques.? Ele revelou que, quando a polícia descobriu os cheques que ele havia passado, voltou ao parque e colocou fogo no corpo da jovem.?

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