Pais confessam tortura e morte de garoto de 4 anos

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Por Rejane Lima
Atualização:

Um menino de 4 anos foi barbaramente torturado e morto em Peruíbe, litoral sul paulista. Os pais são os acusados do crime, que revoltou a população. Não se sabe ao certo o dia e horário da morte porque o pai, o ex-presidiário Gilmar Santos da Silva, de 25, trancou D.G.S em um quartinho nos fundos de casa na manhã de segunda-feira e só o abriu na tarde de terça, quando o menino já estava morto. Silva e a mulher, Melissa Gonçalves Tolentino, de 27, foram presos em flagrante por maus-tratos seguidos de morte. O menino tinha queimaduras provocadas por ponta de cigarro em todo o corpo, especialmente nas mãos, e machucados nas costas, por causa de surras levadas com um cinturão. A criança tinha uma enorme ferida no lábio superior. Também apresentava dilatação no ânus. A polícia aguarda o resultado do laudo do Instituto Médico-Legal (IML) para saber se o menino sofreu abuso sexual. Segundo a polícia, moradores se concentraram diante da delegacia da cidade e ameaçaram linchar os acusados, que podem pegar até 12 anos de prisão. De acordo com a titular da Delegacia da Defesa da Mulher de Peruíbe, Lígia Christina Villela, a frieza do depoimento dos pais foi surpreendente. ''''O Gilmar era muito frio, a Melissa quis falar que não sabia de nada; depois ela confessou, mas disse que era difícil o menino ter morrido porque não tinha apanhado tanto assim.'''' Em depoimento, os pais afirmaram que a vítima apanhava porque reclamava de fome e esfregava as fezes na parede. A avó paterna disse na delegacia que a mãe não gostava do menino por ele ter puxado ao pai e ser mais moreno que os outros filhos do casal. HOSPITAL Silva afirmou que chamou um carro funerário quando destrancou o quarto e percebeu que o menino estava morto, às 14 horas de terça-feira. O corpo foi levado ao Pronto-Socorro de Peruíbe. Lá, Silva disse que o menino tinha morrido depois de tomar Buscopan. O médico, porém, ao ver as marcas de agressão, chamou a polícia. D.G.S foi criado pela avó paterna e só voltou a viver com os pais em janeiro, quando Silva saiu da cadeia, após ter cumprido pena por furto e roubo. O casal tem outros três filhos - um menino de 5 anos, uma menina de 3 e uma de 10 meses - e Melissa está grávida de 4 meses. Nenhuma das outras crianças apresentava indícios de tortura. Elas foram enviadas ao Conselho Tutelar e estão com a avó materna, em São Paulo.

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