Palácio do Planalto tenta criar menor atrito possível com família Sarney

Governo federal abortou missão que pretendia verificar denúncias no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

BRASÍLIA - O governo federal abortou uma missão para verificar in loco as denúncias de violação de direitos humanos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, prevista para ocorrer nesta semana. A missão oficial deveria contar com representantes do Departamento Penitenciário Nacional, (Depen), Ministério da Saúde e da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). O Palácio do Planalto não quer mexer nesse vespeiro e tenta criar o menor atrito possível com a governadora Roseana Sarney (PMDB) no intuito de assegurar o apoio do clã Sarney à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

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Conforme O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira, 13, as facções criminosas Bonde dos 40 e Primeiro Comando do Maranhão (PCM) travam há cinco anos uma guerra pelo controle de pontos de drogas na região, sendo responsáveis por deixar vítimas inclusive fora das cadeias.

Dentro do governo, a avaliação é a de que a crise envolvendo o sistema penitenciário maranhense deve ser tratada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que foi deslocado para discutir o tema com a governadora em São Luís, na semana passada.

Na ocasião, foi anunciado um plano emergencial que prevê a criação de um comitê gestor unindo órgãos do Ministério da Justiça e Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado. Cardozo, no entanto, não chegou a visitar o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Mesmo preocupada com a situação em Pedrinhas, a presidente não quer intervir no Estado. Na sexta-feira passada, Dilma utilizou a conta pessoal no microblog Twitter para romper o silêncio sobre o tema e afirmar que acompanha com "atenção" a área da segurança no Maranhão. A avaliação é que uma missão oficial do governo federal dentro do presídio de Pedrinhas poderia criar ainda mais constrangimentos à governadora.

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