Palmas no enterro do traficante Lulu. E violência

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Por Agencia Estado
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include "$DOCUMENT_ROOT/internacional/rio/ticker.inc"; ?>Pedras, garrafas de vidro, água e cones de trânsito contra jornalistas. Gritos e ameaças ao criminoso rival Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu. Um clima de tensão e hostilidade marcou o enterro do traficante Luciano Barbosa da Silva, de 27 anos, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio, no fim da tarde. Levados por oito ônibus fretados, moradores da Favela da Rocinha agrediram jornalistas ao perceberem que estavam sendo fotografados e filmados. A repórter da Rede Bandeirantes Mônica Ferreira foi atingida por um bloco de mármore que parecia ter sido arrancado de uma lápide. Ferida no tornozelo, ela foi levada para um hospital e medicada. A Polícia militar só chegou cerca de quinze minutos depois, chamada por agentes do serviço reservado que acompanhavam a movimentação à distância. De acordo com o comandante do 2.º Batalhão da PM, tenente-coronel Romão Vilaça, cem policiais foram deslocados para garantir a segurança ao redor do cemitério, inclusive no Morro dos Cabritos, que fica acima do São João Batista. O velório foi marcado por desmaios, choro e emoção de parentes do criminoso e moradores da favela. Segundo cálculo da PM, cerca de 600 pessoas foram ao cemitério para acompanhar o enterro de Lulu e de Ronaldo Araújo Silva, que estava com o traficante quando foi morto. O corpo foi levado para sepultamento pontualmente às 17 horas, sob aplausos. Durante o trajeto, cinco salvas de palmas. ?Dudu, pode esperar, a sua hora vai chegar?, gritavam, repetidamente. Eles se referiam a Lulu como ?guerreiro?. Uma coroa de flores estava assinada com o lema do Coma do Vermelho (CV): ?Eterna saudade de seus companheiros, Paz, Justiça e Liberdade. O caixão, coberto por uma camisa do Botafogo, era imponente: tinha alças e um crucifixo dourados. ?Meu filho não me obedeceu. Em troca de uma amizade, ele perdeu a vida. Estaria vivo se tivesse me ouvido?, gritava a mãe de Ronaldo, que tinha uma cooperativa de mototaxi na favela. Na saída, uma cena impressionante: ônibus lotados, a Rua General Polidoro, que fica na frente do cemitério, interditada, e moradores pendurados nas janelas e em pé em cima dos veículos chorando por Lulu e pedindo a morte de Dudu. Saíram sob escolta da Polícia Militar, que os acompanhou até a Rocinha, passando por quatro bairros da zona sul.

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