PUBLICIDADE

Palocci rompe silêncio e inicia campanha para deputado federal

Ele criticou o "conflito político exacerbado" e pediu "um processo eleitoral mais equilibrado" no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci rompeu seu período de silêncio nesta segunda-feira e deu início à sua campanha como candidato a deputado federal pelo PT de São Paulo. Palocci criticou o que chamou de "conflito político exacerbado" e pediu "um processo eleitoral mais equilibrado" no Brasil. "Eu penso que o conflito político no Brasil está muito exacerbado. Seria melhor que nós tivéssemos um processo eleitoral mais equilibrado, com mais debate dos temas que interessam ao País", disse. "E o que a gente vê é muita briga, muito conflito, muitas acusações de todos os lados e não sei se isso é melhor para que o eleitor possa escolher seus representantes", afirmou. Para romper o silêncio e dar largada em sua campanha, Palocci falou por 51 minutos à rádio CBN Ribeirão Preto (SP), cidade que governou por duas vezes. Na opinião do ex-ministro, o motivo de sua saída do governo foi justamente o conflito político, que culminou com as denúncias de quebra ilegal de sigilo de Francenildo Costa. Ainda sobre sua saída da Fazenda, Palocci lembrou que foi conseqüência da segunda turbulência enfrentada por ele no cargo. "Eu enfrentei duas tempestades no meu trabalho. A tempestade econômica (...) e depois uma turbulência política, quando a crise chegou ao ministério e criou uma situação que inviabilizou minha permanência", afirmou o ex-ministro. Ele repetiu que não guarda mágoa da situação que levou à sua queda, como informou a repórter Vera Rosa, na edição de domingo de O Estado de S. Paulo. "Aquilo que me tocou no passado recente eu não guardo mágoa. Eu compreendo como parte do processo político e vou tocar a campanha com vontade de voltar a contribuir com o País." Ao falar sobre economia, Palocci retomou o discurso de quando ainda era o ministro do controle da inflação, do aumento de renda e da geração de empregos. ELe disse achar "preferível que os bancos estejam em equilíbrio do que em situação de crise", num recado direto aos críticos das altas taxas de juros. "O sistema financeiro está forte, as empresas estão fortalecendo e isso chega ao trabalhador", considerou o ex-ministro. Palocci reconheceu ainda as dificuldades da realização das reformas previdenciária, tributária e política no Brasil. Nesta segunda, Palocci apresentou sua "Carta ao Povo de São Paulo", na qual relata seus principais pontos de campanha. O ex-ministro disse que deve estar esta semana na capital paulista e, na próxima, em Ribeirão Preto, onde seu comitê de campanha será aberto nesta terça.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.