10 de junho de 2011 | 19h56
RIO - A Justiça do Rio mandou nesta manhã soltar os 439 bombeiros presos desde a semana passada por invadir o Quartel Central da corporação, mas até o início da noite nenhum alvará de soltura havia chegado aos quartéis que serviam de cárcere aos bombeiros presos. Uma pane no sistema de digitalização de documentos da Auditoria da Justiça Militar do Estado atrasa a libertação dos militares.
Entre os motivos enumerados pelo desembargador Cláudio Brandão de Oliveira para soltar os militares estão a carência de condições dignas nas instalações onde os militares estavam presos e a falta de documentação pertinente nesses locais. O pedido de habeas corpus foi solicitado pelos deputados federais Alessandro Molon (PT/RJ), Doutor Aluizio (PV/RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B/SP).
"É notório que o Estado não dispõe de estabelecimentos adequados para manter presos, de forma digna, mais de quatrocentos militares. Sabe-se que muitos estão presos em quadra de esportes ou em espaços reduzidos que não foram preparados para receber militares presos. As péssimas condições dos locais onde são mantidos os presos é fato relevante que será levado em consideração na apreciação do pedido de liminar", escreveu Brandão de Oliveira.
A decisão foi comemorada por parentes e amigos dos militares presos e considerada uma vitória pelo movimento grevista. Familiares dos bombeiros se reuniram desde o início da manhã em frente ao quartel de Charitas, em Niterói, na região metropolitana do Rio, para aguardar a saída dos presos. Representantes dos militares afirmaram que a mobilização por melhores salários continua.
O movimento programou para o domingo, a partir das 9h, uma caminhada pela orla de Copacabana, na zona sul da cidade. A tendência é que a categoria só volte a negociar reajustes salariais depois que todos os detidos forem anistiados nas esferas criminal e administrativa. "Não faria sentido discutirmos salários se esses bombeiros correm o risco de serem expulsos da corporação logo depois", disse o capitão Lauro Botto.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.