Panfleto vira caso de polícia

Criminalista manda estagiário distribuir folhetos contra Dilma e Lula e ambos vão parar na delegacia

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Por Redação
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A distribuição de um panfleto apócrifo, intitulado "Lula chora derrota de Dilma - soldado nazista protege palácio", virou caso de polícia ontem em São Paulo. Indignada com o que considerou uma ofensa ao presidente Lula, a advogada Tânia Machado Candia, de 51 anos, ligou para o 190."O que me chamou a atenção foi a palavra nazista", anotou Tânia, que diz não ter filiação partidária. "Me senti agredida, desprotegida como cidadã."Poucos minutos depois, seis policiais militares e duas militantes do PT que "checavam denúncias de distribuição de panfletos" abordaram o rapaz - ele estava na Avenida Paulista, próximo de um dos acessos à Estação Consolação do Metrô. O estagiário em Direito Adílio Novaes Duarte disse aos PMs que estava a serviço do chefe, o criminalista Bension Coslosvky, antigo militante da advocacia paulista, que chegou a defender o ex-presidente Jânio Quadros.Ao saber que o estagiário estava em apuros, Coslosvky deixou seu escritório na Rua Haddock Lobo e seguiu para o endereço. Aos policiais, ele confirmou que era o autor dos panfletos - desembolsou R$ 2 mil para imprimir 100 mil unidades. Foram todos parar na delegacia. A delegada de plantão no 78.º Distrito Policial (Jardins) lavrou um boletim de ocorrência por suposto crime eleitoral. "Como a Polícia Civil não tem competência para apurar crime eleitoral, vamos encaminhar cópias da ocorrência para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e para a PF (Polícia Federal)", disse o delegado Aldo Galiano Júnior, que chefia a 1.ª Delegacia Seccional (Centro). Os 500 panfletos em posse do estagiário foram confiscados.Uma advogada do PT esteve no distrito para retirar cópia do BO. Ela disse que vai estudar se adotará ou não providências contra Coslosvky.O criminalista, ferrenho defensor da candidatura de José Serra, promete retomar hoje a distribuição dos panfletos.

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