Papa teria alertado bispos para não aceitarem seminaristas gays, diz jornal

Orientação teria sido dada numa reunião a portas fechadas na segunda-feira

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Por Redação
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 CIDADE DO VATICANO - O Papa Francisco advertiu os bispos italianos esta semana para examinarem cuidadosamente admissões ao sacerdócio e rejeitar todos aqueles em que pese a suspeita de serem gays.

Reunião do Papa Francisco com bispos italianos foi realizada um dia depois de um chileno que sofreu abuso sexual de clérigos Foto: EFE/ Fabio Frustaci

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"Prestem atenção nas admissões para os seminários, fiquem de olhos abertos", disse ele, segundo noticia do jornal La Stampa. O Vaticano não se manifestou a respeito dessa advertência que, segundo oVatican Insider e o Il Messagero, foi feita numa reunião a portas fechadas na segunda-feira. A reunião do Papa Francisco com bispos italianos foi realizada um dia depois de um chileno que sofreu abuso sexual de clérigos afirmar que o Papa teria dito a ele em uma conversa particular que Deus o havia feito gay e o amava da mesma maneira.

+++ Bispos chilenos oferecem renúncia coletiva após divulgação de relatório sobre crimes sexuais O Vaticano não comentou esta notícia que provocou muita especulação na mídia de que Francisco estaria abrandando a posição da igreja no tocante à homossexualidade. Anteriormente ele condenou a homossexualidade como um distúrbio de caráter moral. Em documento publicado em 2005, à época do Papa Bento XVI, o Vaticano declarou que a Igreja poderia autorizar o sacerdócio no caso de seminaristas que claramente haviam superado suas tendências homossexuais por no mínimo três anos. Mas a admissão de homossexuais e seminaristas com tendências enraizadas nesse sentido, e daqueles que apoiavam a cultura gay deveria ser barrada. Os comentários feitos por Francisco aos bispos devem apaziguar os conservadores cada vez mais alarmados com a maneira como ele tem mudado drasticamente a linguagem usada pela Igreja nesse assunto desde sua eleição em 2013.

+++ Papa assume riscos e mostra indícios de mudanças na Igreja "Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgar", afirmou ele em sua primeira viagem ao exterior em 2013.  Em 2016 o Papa afirmou ter ministrado ensinamentos para pessoas com tendências homossexuais e também para gays que não conseguiram se manter castos. "Quando uma pessoa chega diante de Jesus, este certamente não dirá, 'vá embora porque você é homossexual", declarou. Em 2005 o Papa Bento XVI escreveu que a homossexualidade era "uma tendência forte na direção de um comportamento intrínseco ruim do ponto de vista moral"./ Reuters/ Tradução de Terezinha Martino

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