Papa diz a petroleiras que energia limpa é desafio 'épico'

Em conferência com executivos, Francisco alerta que 'não é preciso destruir a civilização' para atender demanda global por energia

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Por Redação
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O Papa Francisco disse neste sábado a um grupo de executivos da indústria do petróleo que a transição para fontes de energia menos poluentes "é um desafio de proporções épicas" e alertou que para satisfazer as necessidades globais de energia "não é preciso destruir a civilização".

Papa Francisco posa com CEOs da indústria de petróleo e energia, em uma reunião reservada no Vaticano neste sábado, 9 Foto: Vatican Media/Reuters

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Segundo o Vaticano, a conferência de dois dias com executivos de petroleiras foi concebida para ser uma continuação da encíclica publicada pelo Papa três anos atrás pedindo por uma ação para salvar o planeta dos danos provocados pelas mudanças climáticas e de outros males que atingem o meio ambiente.

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Entre os participantes do encontro estavam os CEOs das gigantes ENI, British Petroleum, ExxonMobil e da norueguesa Statoil, além de cientistas e gestores de grandes fundos de investimento. As declarações de Francisco no primeiro dia da conferência, realizada a portas fechadas, não foram divulgadas pelo Vaticano.

'Não é preciso destruir a civilização' para satisfazer as necessidades globais de energia, disse o papa em reunião com empresários da indústria de petróleo e energia Foto: Vatican Media/Reuters

Francisco elogiou os executivos por terem incorporado uma avaliação dos riscos das mudanças climáticas em suas estratégias de planejamento. O Papa também os alertou para que mantenham sua "busca contínua por reservas de combustíveis fósseis", dois anos depois do Acordo do Clima de Paris, "mas mantenham a maior parte no subsolo". "A civilização requer energia, mas a energia não precisa destruir a civilização", afirmou.

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Antes da conferência, especialistas do setor de energia e os defensores do combate as mudanças climáticas questionaram se o encontro não seria apenas mais uma oportunidade de relações públicas para as companhias, que não fariam mudanças significativas.

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Em suas declarações, o Papa disse esperar que o encontro traga aos participantes a oportunidade de "reexaminar velhas concepções e olhar novas perspectivas". /AP

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