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Papa Francisco lançará exortação apostólica sobre Amazônia

Documento reúne pedidos feitos por bispos de toda a região sul-americana

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Por Redação
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VATICANO - O papa Francisco divulgará na próxima quarta-feira, 12, a exortação apostólica Querida Amazônia, texto oficial de seu pontificado, no qual reúne os pedidos feitos por bispos de toda a região sul-americana, informou o Vaticano nesta sexta-feira, 7.

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No documento, o pontífice deve se pronunciar sobre a proposta polêmica de autorizar a ordenação sacerdotal dos viri probati - homens casados com vida considerada impecável -, muitos deles indígenas, que seriam capazes de fazer frente à escassez de sacerdotes na região amazônica.

O texto será apresentado aos jornalistas pelo cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, e pelo cardeal Michael Czerny, que foi o secretário especial do Sínodo da Amazônia.

Também participarão da cerimônia o jesuíta Adelson Araújo dos Santos, professor de Espiritualidade da Pontifícia Universidade Gregoriana, e a irmã Augusta de Oliveira, vigária geral das Servas de Maria Reparadoras. Foram convidados também Carlos Nobre, vencedor do Nobel da Paz de 2007 e, por videochamada, o bispo peruano David Martínez de Aguirre, de Puerto Maldonado.

Papa Francisco celebrando missa no Vaticano Foto: EFE/ EPA/ VATICAN MEDIA

No total, 184 bispos, na maioria latino-americanos, se reuniram no Vaticano em outubro de 2019 para o Sínodo da Amazônia. Na ocasião, eles aprovaram um documento pedindo a introdução do “pecado ecológico” na Igreja Católica, bem como a possibilidade de ordenar sacerdotes casados e contar com mulheres diáconos, questões que são tabu para católicos conservadores.

Considerado um dos pontos mais controversos aprovados, a possível ordenação de homens que tenham família constituída para celebrar os sacramentos em áreas remotas da Amazônia poderia desencadear um cisma entre defensores do celibato. 

O debate foi alimentado no início do ano com a publicação de alguns trechos do livro intitulado “Das profundezas de nossos corações”, assinado inicialmente pelo papa emérito Bento XVI e pelo cardeal ultraconservador Robert Sarah, no qual ambos defendem fervorosamente o celibato. “Não podemos nos calar”, argumentaram os autores diante da possibilidade de que Francisco aprove a ordenação de homens casados.

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O papa emérito retirou sua assinatura do livro, devido às controvérsias. Seu secretário pessoal, o arcebispo Georg Gänswein, que também atuou como prefeito da Casa Pontifícia sob Francisco, teve “suas funções reduzidas” e “recebeu uma permissão para que se dedique mais tempo a Bento XVI”, uma sanção elegante de sorte.

Várias versões da exortação vazaram para a imprensa, entretanto nenhuma é confiável. Deve-se esperar o texto oficial que será distribuído na próxima quarta-feira, 12. / AFP

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