Papa lamenta a 'loucura da guerra' durante homilia para o Domingo de Ramos

Francisco pediu ainda uma trégua de Páscoa na Ucrânia, levando a negociações e paz

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Por Redação
Atualização:

CIDADE DO VATICANO - O Papa Francisco lamentou a qual chamou de "loucura da guerra" em um mundo violento e ferido, durante sua homilia para o Domingo de Ramos, 10, rito cristão realizado no domingo anterior à Páscoa. A data marcou o retorno de milhares de fiéis a Praça São Pedro, após as restrições impostas pela pandemia da covid-19.

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Francisco pediu ainda uma trégua de Páscoa na Ucrânia, levando a negociações e paz. "Abaixe as armas!" disse ele no fim do culto do Domingo de Ramos para dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro. "Que comece uma trégua de Páscoa. Mas não para rearmar e retomar o combate, mas uma trégua para alcançar a paz por meio de negociações reais", disse ele.

Durante a homilia, ele criticou o uso da violência ao recordar o martírio de Jesus de Nazaré. "Quando se usa a violência, nada se sabe de Deus, que é o Pai, nem dos outros, que são irmãos", alertou.

Papa Francisco lamentou a qual chamou de "loucura da guerra" em um mundo violento e ferido, durante sua homilia para o Domingo de Ramos Foto: EFE/EPA/GIUSEPPE LAMI

"Esquecemos por que estamos no mundo e passamos a cometer crueldades absurdas. Vemos isso na loucura da guerra, onde Cristo é crucificado novamente", denunciou. E continuou: "É crucificado nos refugiados que fogem das bombas com crianças nos braços. É crucificado nos idosos abandonados à morte, nos jovens privados de futuro, nos soldados enviados para matar seus irmãos." 

Francisco, durante sua homilia, não aludiu explicitamente à guerra na Ucrânia, como vem fazendo com insistência desde que a invasão foi desencadeada em 24 de fevereiro, mas mais uma vez mostrou sua preocupação com um mundo "ferido" por conflitos. Somente ao fim do rito, ele pediu uma trégua de Páscoa na Ucrânia.

Ele deixou claro que a preocupação provocada por conflitos violentos será o tema central desta Semana Santa. "Coragem, caminhemos para a Páscoa com o seu perdão. Porque Cristo intercede continuamente por nós junto do Pai e, olhando para o nosso mundo violento e ferido, nunca cansa de repetir: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem", finalizou. 

Papa durante sua homilia, na Praça São Pedro, para o Domingo de Ramos Foto: EFE/EPA/GIUSEPPE LAMI

Domingo de Ramos

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O rito do Domingo de Ramos, que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém e abre a Semana Santa, é um dos mais queridos pelos fiéis e começou com a procissão dos ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante de milhares de pessoas, ato que não aconteceu nos últimos anos devido à pandemia. 

Francisco, sofrendo de um problema no joelho que lhe dificulta a marcha, benzeu as palmas de um altar à porta da basílica e não do obelisco no centro da praça, como nos anos anteriores, e não continuou também na procissão com os fiéis e o clero. 

De fato, ele leu sua homilia sentado e nem foi visto andando, mas um carro o levou diretamente ao altar que havia sido instalado aos pés da basílica. / EFE 

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