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Para Alckmin, País precisa de "câmbio livre administrado"

Em entrevista exclusiva à Agência Estado, candidato disse que "taxa de juros menor garante câmbio melhor"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-governador de São Paulo e candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, voltou a falar hoje, da artificialidade do dólar e defendeu um "câmbio livre administrado". A afirmação foi feita em entrevista exclusiva ao Broadcast Ao Vivo, serviço de informações financeiras da Agência Estado. "Eu defendo câmbio livre administrado, mas entendo que a conjugação das três políticas - fiscal, monetária e cambial - precisa melhorar. O governo do PT, o governo Lula tem um política fiscal ruim, gasta muito, o impostos continuam aumentando", afirmou o candidato, lembrando que a carga tributária já chega a 38% do PIB. Segundo Alckmin, a desvalorização cambial também trouxe uma crise "grave" na agricultura. "Porque plantaram com dólar a R$ 3 e colheram com dólar a R$ 2,40. (Depois) plantaram a R$ 2,40 e colheram a R$ 2,10. Muitos setores da indústria (...) toda ela está entrando em crise. A política econômica precisa melhorar muito", avaliou. Política para reduzir juros A solução para a equação "redução de juros" a que o próximo presidente da República vai se propor é a seguinte: redução do déficit nominal empurraria os juros a cair mais. "Com taxa de juros menor você vai ter um câmbio melhor e pode comprar dólares sem grandes problemas",disse o tucano. Segundo ele, o governo atual está numa "armadilha fiscal". "Hoje o que está acontecendo é que o governo está queimando dinheiro. Está numa armadilha fiscal. Ele compra dólar e aplica 4%, 5% e paga, quando emite título aqui, 14%. Está gastando uma fábula de dinheiro e não resolve o problema", disse em referência às compras de dólares feitas pelo Banco Central e a remuneração do Tesouro Nacional para os títulos públicos Para que haja uma redução considerável dos gastos públicos, o candidato tucano propõe "imediatamente reduzir gastos supérfluos", o que significaria, entre outras medidas, segundo ele, reduzir o número de ministérios e cargos públicos. "A política fiscal tem de ser melhorada. O governo tem que melhorar a eficiência de gasto público", insistiu. Crescimento Ao falar sobre crescimento do País, o ex-governador de São Paulo propôs ações em diferentes frentes para que haja uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mais acelerada e sustentável. "Tem espaço (para crescer). O Brasil não é condenado a ser o último da fila. Ele pode liderar o crescimento nessa região", garantiu Alckmin. De acordo com o candidato, para que haja maior crescimento é preciso trazer o setor privado para investir em infra-estrutura. E lembrou que para isso é essencial que haja "segurança jurídica". "Hoje não tem segurança jurídica para trazer investimento privado", afirmou, citando ainda a importância de "respeito a contrato". O candidato também garantiu que pretende fazer as reformas da Previdência e Trabalhista, caso seja eleito. E prometeu dar mais atenção às agências reguladoras, que segundo ele, foram desprestigiadas pelo governo atual. Outros aspectos citados pelo candidato tucano para impulsionar o crescimento do PIB brasileiro foram reformas estruturais - como a trabalhista e a tributária, melhoria da qualidade da política econômica; política monetária "mais compatível com desenvolvimento"; microrreformas econômicas, câmbio mais competitivo e uma política fiscal "muito firme", aliás "duríssima", como fez questão de frisar Alckmin.

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