Para Berzoini, escândalos não dificultam doação para campanha

O presidente do PT disse que o partido não sentiu qualquer tipo de efeito negativo na disposição de doadores em contribuir

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, negou nesta sexta-feira, 4, que a campanha à reeleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha sofrido algum tipo de impacto por causa dos escândalos de corrupção envolvendo petistas, como o que ficou conhecido como mensalão. Ao comentar a primeira prestação de contas da candidatura de Lula, divulgada na tarde desta sexta-feira, Berzoini ressaltou que, até agora, não foi sentido nenhum tipo de efeito negativo na disposição de doadores em contribuir. "Não tivemos nenhuma manifestação negativa", disse. De acordo com ele, o único obstáculo que poderia ser citado neste momento é a espera gerada pela demora desses colaboradores em efetuar depósitos de doações após já terem se comprometido com a contribuição. Berzoini, que ressaltou que o PT está trabalhando com toda a cautela necessária para cumprir rigorosamente a Lei Eleitoral, assegurou que o partido mantém um bom relacionamento com empresários. "Não estamos sentindo nenhum tipo de ambiente adverso em relação a esta questão", reiterou. Ele reconheceu que, parte dos empresários que aderiram à campanha de Lula em 2002, pode não repetir o gesto nesta eleição, mas ressaltou que esta é uma tendência normal da democracia. A expectativa do presidente do PT é de que entre 80% a 90% das empresas que colaboraram para a campanha de 2002 também o façam este ano. Ele reconheceu, no entanto, que o PT mudou sua forma de abordar o empresariado. Na leição passada, o partido enviou a possíveis colaboradores uma caixa com brindes, solicitando a adesão. "Agora, eles vão receber uma cartinha e uma conversa política", informou Berzoini. De acordo com Berzoini, o PT não divulgará, por enquanto, a lista de doadores de campanha, o que, segundo ele, ajudará evitar algum tipo de constrangimento dos contribuintes que tiverem a intenção de fazer doações para mais de um candidato. Questionado sobre, se o conteúdo do programa de governo, ainda não divulgado pelo partido, poderá impactar na estratégia de arrecadação, Berzoini ressaltou que, em geral, esta não é uma preocupação dos doadores. Na avaliação do presidente do PT, o compromisso de contribuir ou não com a campanha de reeleição costuma estar mais relacionado ao projeto do presidente Lula como um todo e das realizações de seu primeiro mandato. Segundo Berzoini, haverá uma reunião na próxima segunda-feira para discutir os detalhes do programa de governo. Mesmo assim, ainda não há previsão para a divulgação do documento.

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