Para Deas, telefonema não alertou seqüestradores

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Por Agencia Estado
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O delegado Wagner Giudice, titular da Delegacia Anti-Seqüestro (Deas), considerou hoje "sem importância prática" a negociação que o diretor do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt Filho, disse ter feito com o chefe dos seis seqüestradores presos em Serra Negra (SP), nas últimas horas do desfecho do seqüestro do publicitário Washington Olivetto. Os seqüestradores foram presos na noite de sexta-feira, numa chácara em Serra Negra, graças à uma denúncia anônima. Na chácara, foram encontrados bilhetes escritos por Olivetto, tornando óbvia a ligação entre o grupo e o seqüestro do publicitário. Os integrantes do grupo foram trazidos para São Paulo e, na manhã de sábado, o chefe deles, Maurício Hernandez Norambuena, teria proposto para Bittencourt a liberação de Olivetto, caso o delegado permitisse que ele fizesse uma ligação de telefone público, supostamente para os dois seqüestradores que mantinham guarda no cativeiro. "Foi uma decisão difícil, que tive que tomar sob pressão, num momento em que acabávamos de prender o grupo. Tomei a decisão tendo em vista garantir a vida de Olivetto", afirmou Bittencourt, durante entrevista coletiva concedida hoje para apresentar os seqüestradores. A partir do telefonema dado por Norambuena, o cativeiro teria sido abandonado, com Olivetto dentro. Olivetto também foi descoberto ali graças à vizinha, que ouviu os gritos e os murros que ele dava na parede. Giudice avaliou o episódio de outra forma. "Não acredito que este telefonema tenha sido o sinal para que os que guardavam o cativeiro fugissem", disse Giudice. Para ele, os que mantinham a guarda de Olivetto devem ter tomado conhecimento da prisão do grupo de Serra Negra "logo depois" da chegada da polícia. "Trata-se de um grupo suficientemente organizado para ter informações quase imediatas. O telefonema foi dado quase 12 horas depois das prisões em Serra Negra. A esta altura, os que estavam no cativeiro já deviam estar longe", avaliou. Giudice lembrou que, naquela madrugada, a imprensa na Internet já divulga prisões em Serra Negra.

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