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Para especialista, nova pista de Cumbica não será suficiente

Obra não tem capacidade para aviões de grande porte, como o A320

Por João Carlos de Faria
Atualização:

O professor Cláudio Jorge Pinto Alves, titular do Departamento de Transportes Aéreos do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), confirmou nesse sábado (28/07), que a futura terceira pista do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), teria limitações para solucionar o colapso do terminal após a absorção dos vôos de Congonhas, conforme pretende o governo. Alves foi um dos membros da banca de avaliação do trabalho de conclusão de curso do tenente Hugo Vieira de Vasconcelos, que aponta que aeronaves de grande porte, como o Airbus A320 - o mesmo que explodiu em Congonhas no dia 17 - teriam dificuldades em pousar na pista, em dias de chuva. "A pista é curta e não suportaria grandes ou até mesmo médias aeronaves. Como a tendência é que o porte das aeronaves seja cada vez maior, isso inviabilizaria a terceira pista como solução para o colapso", disse o professor. Pelos seus cálculos a nova pista permitiria aumentar o movimento em Cumbica, dos atuais 15 milhões de passageiros/ano, para cerca de 25 milhões, que somados ao fluxo transferido de Congonhas, atingiriam cerca de 40 milhões, em aproximadamente cinco anos. "Isso frustraria a expectativa de solucionar o problema. É uma medida paliativa", disse Alves. Os aviões de grande porte, segundo ele, teriam que continuar utilizando o atual conjunto de pistas de Cumbica, que continuaria sufocado, pois a terceira pista, com apenas 1.800 metros seria muito curta para pouso e decolagem dessas aeronaves. O estudo feito pelo ex-aluno do Ita e primeiro-tenente Hugo Vieira de Vasconcelos, para conclusão do curso de engenharia civil, em 2005, aponta que um Airbus só poderia pousar em pista seca. Vasconcelos, que agora faz parte da diretoria de Engenharia daquela instituição de ensino, não foi encontrado para comentar o assunto. Da mesma forma, a reportagem do Estado não encontrou nenhum representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para falar sobre o estudo de Vasconcelos.

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