Para o especialista em segurança Roberto Zapotoczny Costa, o esquema de proteção ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a seus parentes tem uma série de falhas. Coordenador do curso de gestão de segurança empresarial da Universidade Anhembi Morumbi e ex-integrante do corpo de segurança do deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB) quando ele era governador, Zapotoczny afirma que a escolta de uma autoridade deve ser feita por, no mínimo, quatro pessoas. "Em dois, o campo de visão é limitado, ainda mais se um deles é o motorista, como ocorreu. O ideal seria ter um veículo na retaguarda, com mais quatro homens." Ele alega ainda que os policiais da escolta descuidaram da própria segurança ao ficar dentro do veículo. "Eles teriam que estar do lado de fora, onde poderiam ter uma visão ampla de tudo o que acontece em volta", justifica. "No carro, eles não têm condições de antecipar a ação dos criminosos. Saem da zona de proteção para a de reação, onde as chances são bem menores." Outra crítica é quanto à não-utilização de veículo blindado pelos representantes do governo. "Os governantes deveriam usar todos os recursos tecnológicos disponíveis para se defender", diz. "É um cargo que pertence à sociedade, e uma eventual morte custaria muito caro para todos." E o cuidado, de acordo com Costa, deveria ser extensivo a todos os parentes dos dirigentes públicos. "Especialmente os filhos, que são alvos favoritos de marginais. Quando pretendem atingir alguém, eles atacam seu bem mais precioso."