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Para Furukawa, ataques do PCC visavam prejudicar Alckmin

O ex-secretário disse que os detentos estavam profundamente insatisfeitos com medidas adotadas pelo governo estadual

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, disse nesta terça-feira, 4, em depoimento à CPI do Tráfico de Armas, que os serviços de inteligência da Polícia levantaram indícios de que a onda de violência desencadeada em maio, em São Paulo, pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) era um investimento que tinha por objetivo dificultar a eleição do candidato da coligação PSDB/PFL à presidência da República, ex-governador Geraldo Alckmin. Convocado para explicar os motivos da onda de violência de maio, em São Paulo, o ex-secretário disse que os detentos estavam profundamente insatisfeitos com medidas adotadas pelo governo estadual, como o regime disciplinar diferenciado, que visava eliminar o crime organizado nos presídios. Entre as medidas que estavam em curso, estava a transferência em massa dos líderes do movimento para presídios de segurança máxima, como o de Presidente Bernardes, mais moderno e seguro do País, inaugurado em abril. Furukawa atribuiu também o caos nos presídios paulistas ao aumento vertiginoso da população carcerária. Ele disse que, quando assumiu a Secretaria, em 1999, havia 53 mil presos no Estado de São Paulo e, quando deixou o cargo, há dois meses, esse número havia mais do que dobrado e já estava em 105 mil. Segundo o ex-secretário, o déficit de vagas nos presídios paulistas é superior a 70 mil e aumenta a uma média de 1.000 por mês, porque entram 6.000 presidiários mensalmente e saem apenas 5.000 mil. Ele defendeu a adoção de medidas urgentes para reverter este quadro.

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