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Para gerente da Dersa, culpa é da natureza

?Os animais receberam o tratamento adequado?, garante Marcelo Barbosa

Por Eduardo Reina
Atualização:

O gerente de Gestão Ambiental da Dersa, Marcelo Arreguy Barbosa, descarta qualquer tipo de crime ecológico nas obras do Trecho Sul do Rodoanel e afirma que a empresa está preparada para executar o projeto de manejo de animais silvestres. Para ele, a culpa pelas mortes é da natureza e o empreendimento deve ser isentado de qualquer ação de imperícia ou negligência. "Os animais receberam o tratamento adequado. A natureza é a responsável pelas mortes, jamais o empreendimento (o Rodoanel)", alegou. O técnico admite que dos 137 animais silvestres encaminhados para tratamento, 105 morreram. "Mas não fizemos o acompanhamento dos animais depois que foram encaminhados para tratamento." Barbosa disse que há um trabalho de resgate e afugentamento dos animais silvestres que vivem na área de mata atlântica onde são executadas as obras. Há ainda captura dos animais de baixa mobilidade, como preguiças, que depois são encaminhados para os parques. "Aparecem muitos animais doentes, em estado grave. Se não fossem levados para parques, nas proximidades da obra, eles entrariam na cadeia alimentar e morreriam. Muitos são feridos por animais domésticos. Um deles (veado catingueiro, na lista dos bichos em extinção) foi atacado por um cão", explicou. O traslado desses feridos, conforme o gerente da Dersa, é feito pela Polícia Ambiental. A Dersa informou ainda que em cada um dos cinco lotes da obra há um pequeno consultório para que sejam dados os primeiros socorros aos animais, além de existirem três veterinários para acompanhar os trabalhos. Para diminuir o transtorno dos bichos, Barbosa contou que foram construídas 24 passagens subterrâneas nos 61 quilômetros de extensão do Trecho Sul. "Não há nenhum empreendimento rodoviário desse porte no Brasil. Contratamos o pessoal do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) para fazer diariamente o monitoramento desses locais."

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