
03 de setembro de 2010 | 00h00
O presidenciável também reagiu à declaração do presidente Lula, que disse confiar na atuação do órgão. "A Receita está sendo prejudicada pela ação de arapongas do PT que procuraram instrumentalizar órgãos do governo com vistas a suas propostas político-eleitorais", rebateu.
Indagado sobre as razões que o levam a acreditar que Dilma estaria envolvida no episódio, uma vez que o governo alega ser um caso sem vinculação política, Serra afirmou: "Ela é a responsável, porque é a responsável pela campanha. O esquema de espionagem foi feito com gente nomeada, reuniões, pessoas contratadas e tudo mais. Além do mais, isso é tradicional dentro do PT."
O tucano anunciou que serão tomadas também medidas criminais, além das representações protocoladas no Tribunal Superior Eleitoral. Não quis, no entanto, detalhar. "Isso não é um assunto que queira tratar agora."
Desde que a quebra do sigilo fiscal de sua filha veio à tona, na terça-feira, Serra passou a adotar um tom mais crítico em relação aos adversários. Já havia um entendimento no comando da campanha de que ele deveria adotar atitude mais dura com o governo e com o PT.
Ontem, manteve o tom e disse que o PT e o governo estão "blindando" Dilma. "Aliás, não só nesse episódio. Essa campanha está se caracterizando pelo ocultamento da candidata", atacou. "Na verdade, é uma pessoa desconhecida." Atacou diretamente Dilma ao dizer que ela não tem "histórico de vida pública adequado para responsabilidade de uma candidatura desse tipo".
Farc. Serra acusou o governo de confundir política externa com política partidária e condenou a conivência em relação às Forças Armadas Revolucionárias (Farc), da Colômbia. "O Brasil deveria explicitar que se trata de força terrorista e ligada ao narcotráfico." Ele criticou especificamente o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. / COLABOROU ANNE WARTH
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.