Parentes estudam processar Air France na Europa

Ideia tomou força após troca de sensores de aviões; familiares consideram Justiça brasileira demorada

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Por Pedro Dantas e RIO
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As famílias dos passageiros do voo 447 da Air France estudam processar a companhia aérea na França. A ideia tomou força após o anúncio de que a empresa trocará os sensores de velocidade de todos os A330 - modelo do avião acidentado. Posteriormente, o Ministério Público de Paris abriu inquérito para apurar homicídio culposo no caso da queda da aeronave. "Nossa Justiça é arcaica e demorada. Há interesses de algumas famílias de entrarem na Justiça na França e não aqui", afirmou o militar aposentado Nelson Faria Marinho. No caso do processo que pretende mover pela morte do filho, o passageiro Nelson Marinho, o militar revelou que pretende processar a empresa na Europa. Especialista em responsabilidade civil em Direito Aeronáutico, o advogado Leonardo Amarante também acredita que o processo fora do Brasil pode ser o melhor caminho. "As pessoas não podem se mover por um rompante, mas a princípio é a solução mais adequada. A família moverá a ação no tribunal ao qual a sede da empresa está submetida e estrategicamente é mais coerente entrar com o processo no país responsável pela investigação das causas do acidente", explicou o advogado. Ontem, após a terceira missa no país em memória do filho d. Pedro Luiz de Orleans e Bragança, de 26 anos, o príncipe d. Antônio João Orleans e Bragança não descartou a abertura de processo na França, mas ressaltou que o tema "neste momento não foi pensado". "Não temos o espírito de procurar um culpado. Isto, no futuro, Deus é quem sabe", afirmou o príncipe. Ele também permaneceu cauteloso ao comentar a possibilidade de falha da empresa. "Não vamos julgar no momento se houve uma falha, pois podemos cometer uma grande injustiça. Ainda há uma investigação em andamento. Prefiro aguardar o fim da investigação e depois pensar sobre isso", declarou. MISSA A missa celebrada pelo arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, reuniu cerca de 500 pessoas e foi acompanhada pelo Coral dos Canarinhos de Petrópolis. Quase toda a família imperial compareceu, incluindo o chefe da Casa Imperial no Brasil, dom Luiz Orleans e Bragança. Ao fim da missa, Pedro Luiz foi homenageado com discursos pelas irmãs, as princesas Amélia, de 25 anos, Maria Gabriela, de 19, e pelo irmão Rafael Orleans e Bragança, de 23, que passa a ser o quarto na linha sucessória da família imperial. FRASES D. Antônio João Orleans e Bragança Pai do príncipe morto "Não vamos julgar no momento se houve uma falha, pois podemos cometer uma grande injustiça. Ainda há uma investigação em andamento" Leonardo Amarante Advogado "É mais coerente entrar com o processo no país responsável pela investigação"

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