10 de dezembro de 2008 | 18h53
No dia em que a Declaração dos Direitos Humanos completou 60 anos, parentes de vítimas da violência fizeram nesta quarta-feira, 10, um protesto na Cinelândia, onde montaram uma árvore de Natal preta com fotos dos mortos dentro das bolas que a enfeitaram. A idéia partiu de Daniela Duque, mãe do jovem Daniel Duque, morto aos 18 anos durante uma briga quando saía de uma boate em Ipanema, na zona sul do Rio. A árvore, idealizada pela Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis, fica exposta até 6 de janeiro. Veja também:Só a política salva a Declaração dos Direitos Humanos 60 anos após Direitos Humanos, 4 bi não têm acesso à JustiçaManifestantes cariocas ameaçam denunciar Cabral à ONU "É meu primeiro Natal sem ele e eu sei que não vai ser fácil. Nada vai trazer nossos filhos de volta, mas temos que chamar a atenção e mostrar que as coisas não acontecem só na casa do vizinho. Que no Natal do ano que vem não tenhamos mais rostos nessa árvore", disse ela. Regina Célia dos Santos, mãe da jovem Dayana Ribeiro dos Santos, desaparecida desde janeiro do ano passado, chorava muito. "O pior é não saber se ela está viva, não saber o que aconteceu. Eu peço encarecidamente que informem a verdade, que se ela estiver morta, me levem pelo menos ao corpo de minha filha". Luciene Silva, mãe do jovem Rafael Couto, morto na Chacina da Baixada em março de 2005, informou que será formada nos próximos dias uma comissão de mães que vai visitar outros Estados do país para contar suas histórias e ajudar outros parentes de vítimas. "O Estado não dá a mínima, nem dá satisfação nenhuma. Por isso vamos expandir nosso trabalho. É um movimento de formiguinha, devagar, mas nós precisamos fazer alguma coisa", defende.
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