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Parlamentares se eximem de culpa por atuação de entidades

Maioria diz desconhecer instituto e alega que atende a pedidos de aliados para realização de eventos culturais

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Por Redação
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Nas últimas semanas, os parlamentares citados na reportagem têm buscado sempre o mesmo argumento em relação ao episódio das emendas para shows e eventos: não podem se responsabilizar pela atuação dos institutos e a movimentação dos recursos. Alegam que desconhecem as entidades e dizem que apenas atendem a pedidos de prefeitos e aliados políticos para a realização de eventos culturais. O senador Gim Argello (PTB-DF), por exemplo, afirma que a escolha por uma emenda parlamentar "atende ao que diz a Portaria 153, do Ministério do Turismo, que institui regras e critérios para a formalização de apoio a eventos do turismo e de incremento do fluxo turístico local". "O critério é o fomento do turismo e das atividades culturais no Distrito Federal e Região do Entorno, duas áreas que se relacionam geográfica, cultural e economicamente", disse. Reparação. Em nota, as advogadas do jardineiro Moisés da Silva Morais, Daniela Torres e Mônica Castro, informaram que agora querem protegê-lo de eventuais prejuízos. Devem buscar uma reparação de danos e outra trabalhista na Justiça. "Esta imoralidade demonstra até que ponto pode ir a falta de respeito com a dignidade do ser humano. Os tempos estão mudando. A sociedade está cansada do desrespeito aos mais desamparados e aos excluídos. Com certeza, a honra do sr. Moisés, um simples jardineiro, iletrado, pobre, será restaurada nos tribunais, apesar de muitos acreditarem que só os poderosos encontram amparo na Justiça", disseram. O Estado procurou os dirigentes de institutos mencionados na reportagem. Esteve na casa do presidente do Recriar, Jilvan Fonseca, por exemplo. E-mails e telefonemas foram enviados aos diretores das outras entidades, mas nenhum retorno foi dado até o fechamento da edição. Pagamentos. O diretor da faculdade Dulcina de Moraes, Augusto Lacerda Brandão, explicou que recebeu os recursos da RC para pagar cachês e despesas com eventos. "As transações bancárias às quais você se refere são relativas aos pagamentos de cachês de artistas, nacionais e internacionais, e outras despesas decorrentes de eventos realizados esse ano e onde atuamos como gestores artísticos dos mesmos", disse Brandão. O dono da Mega Veículos, Lucas Couto Mendes, disse que devolveu R$ 45 mil à RC por causa de erros na transação bancária.

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