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Parque da Luz ganha hoje casa restaurada

Prédio que antigamente servia de moradia para administrador terá espaço para oficinas e exposições

Por Sérgio Duran
Atualização:

O tijolinho aparente e as linhas arquitetônicas lembram a vizinha Estação da Luz, no centro de São Paulo. É a primeira impressão que se tem depois do restauro. Antes disso, a Casa do Administrador - construção centenária localizada no Parque da Luz - parecia apenas uma casa abandonada. A obra de recuperação - orçada em R$ 550 mil - será inaugurada hoje, em cerimônia marcada para as 10 horas, com direito a apresentação de coral e a distribuição de algodão doce. O restauro da Casa do Administrador faz parte do Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, que atua por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan e coordenador do Monumenta, São Paulo dispõe de R$ 9 milhões. Na capital, o programa se propõe a investir em obras que integrem os vários monumentos da Luz e tem foco no parque público. Em 2006, destinou verba para pequenas obras no Coreto nº 2 e o Ponto de Bondes (R$ 20 mil) e também para o restauro do prédio do Ponto Chic (R$ 119,2 mil). "A Casa do Administrador é uma etapa importante de recuperação do próprio Jardim da Luz, sob o aspecto histórico a principal área verde de São Paulo", explica Almeida. A próxima etapa será a recuperação do conjunto escultórico que decora o parque, entre os quais o do Lago Cruz de Malta, com oito estátuas, como a de Baco e a de Adonis, instaladas em 1872. Para esta e outras três obras, será destinada verba de R$ 1,7 milhão. As outras iniciativas, previstas para o ano que vem, são a recuperação das ruínas da torre, que são restos de um observatório meteorológico de 1900, a peça O Menino e o Peixe, em mármore de Carrara, e um dos equipamentos mais curiosos: o aquário, composto ainda de duas partes - o Lago de Diana e a Ilha dos Amores -, de onde se descia até a visitação dos peixes, quando eles existiam. O estilo paisagístico é europeu, com argamassa imitando pedras. Instituído em 1789, o Jardim da Luz é considerado o primeiro parque público de São Paulo e foi criado para ser uma espécie de Jardim Botânico. A inauguração da estação ferroviária, em 1870, porém, acabou transformando o lugar em passeio público, com realização de festas e apresentações musicais. A Casa do Administrador servia como moradia do responsável pelo parque e núcleo administrativo. Restaurado, o casarão abrigará justamente a administração do Parque da Luz e um espaço para exposições e oficinas abertas ao público em geral. "O Monumenta em si aposta na requalificação urbanística e na integração da região da Luz, que concentra o maior conjunto de prédios históricos da cidade", afirma Almeida, citando o restauro do Edifício Ramos de Azevedo e o da Escola Técnica Paula Souza, ambos próximos da Estação Tiradentes do Metrô, como duas outras iniciativas do programa na região. "Serão concluídos e entregues em breve."

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