Parte da cúpula do PCC sai da Penitenciária de SP

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Por Agencia Estado
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O governo paulista transferiu hoje 200 presidiários da Penitenciária do Estado, incluindo parte da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). O critério para a remoção, de acordo com Armando Tambelli Júnior, da Pastoral Carcerária, teria sido o de controlar um enfrentamento entre grupos rivais. Desde quarta-feira da semana passada, 460 detentos já foram transferidos de presídios que tiveram problemas em sua estrutura. Os presos da Penitenciária do Estado, incluindo os do PCC, acabaram transferidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP), da Vila Independência, na zona sul de São Paulo, esvaziado unicamente para esse fim. Na quarta-feira, o preso L.R.Z., que também pertence ao partido e foi o responsável pelos últimos manifestos do grupo, já tinha sido levado para o Centro de Observação Criminológica (COC), sob alegação de estar jurado de morte. No dia 18, o PCC promoveu a maior rebelião da história do País, que terminou com 20 mortos e envolveu 29 unidades prisionais, 27 mil presos e 10 mil reféns. Um de seus líderes, o "Gulu", que assumiu o comando do partido em companhia de outro preso, após a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", para o Rio Grande do Sul, também foi removido hoje do presídio no Carandiru. Para o governo, está-se avançando no combate às facções. "A Penitenciária do Estado, que era um problema, deixou de ser", acredita o diretor da Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo (Coesp), Sérgio Ricardo Salvador. "Só se mudou o problema de lugar", rebate o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional, Nilson de Oliveira. A Polícia Militar ainda afastou quatro policiais que faziam guarda na muralha da Casa de Detenção, durante a rebelião do dia 18. Eles são suspeitos da morte de três presos, atingidos por tiros durante o motim. Seus nomes não foram divulgados e, segundo a polícia, só a investigação, com exames de balística, poderá responder se os presos atiraram antes nos policiais. O inquérito militar está a cargo do Batalhão de Polícia de Guarda (BPGD). Hoje, o menor A.C.A.J., de 15 anos, foi detido pela polícia quando tentava jogar uma sacola com baterias de celulares e 20 trouxinhas de maconha por cima da muralha Casa de Detenção. À polícia, disse ter sido contratado para fazer o trabalho.

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