Parte do comércio é liberada, mas casas estão interditadas

Imóveis foram interditados após desabamento em obras do metrô

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Por Agencia Estado
Atualização:

A vistoria nas 55 casas interditadas pela Defesa Civil após o desabamento ocorrido nas obras da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo começou nesta segunda-feira, 15. A meta da Prefeitura é terminar os trabalhos de avaliação em 48 horas. Já se sabe que a casa localizada no número 214 da Rua Gilberto Sabino será demolida por causa do risco de desabamento. A Defesa Civil também liberou o funcionamento em cinco imóveis comerciais localizados na mesma rua e a Sabesp retomou a fornecimento de água que havia sido suspenso nas ruas próximas ao acidente. O tráfego na pista local da Marginal do Pinheiros deverá ser liberado ainda na tarde desta segunda. De acordo com a reportagem da Rádio Eldorado AM, o coordenador geral da Defesa Civil, coronel Jair Paca de Lima, informou que cinco imóveis comerciais da Rua Gilberto Sabino, localizada atrás do prédio da Editora Abril, foram liberados para funcionarem a partir da tarde desta segunda. "Foram liberados porque houve uma avaliação, feita em conjunto com o subprefeitura de Pinheiros, apontando que os imóveis não oferecem mais riscos e estão 100% seguros, assim como o Edifício Passarelli. Estamos voltando a normalidade", declarou Lima. A Defesa Civil também anunciou que já foi iniciada a demolição da residência localizada no número 214 da Rua Gilberto Sabino por causa do risco de desabamento. "Foi necessária a demolição porque a construção não oferece seguranças para os moradores e também para os trabalhadores que estão na cratera". Desde sexta-feira, este será o terceiro imóvel a ser demolido. Os proprietários das casas interditadas podem acompanhar a vistoria em seus imóveis. Eles terão de assinar o laudo da Prefeitura paulistana. A meta da Prefeitura é terminar as vistorias em 48 horas, contadas a partir desta segunda. Outras duas casas geminadas na Rua Capri, onde fica o canteiro de obras que desabou, serão demolidas. Em entrevista, o coordenador da Defesa Civil, não detalhou o prazo para que as famílias tenham condições de voltar para as casas interditadas. Segundo ele, o que está sendo feita é uma negociação e análise para que os moradores possam buscar objetos pessoais nos imóveis interditados. Ainda segundo a Rádio Eldorado AM, até a tarde desta segunda, pelo menos 20 imóveis foram avaliados, segundo o subprefeito de Pinheiros Nilton Elias Nachle. Ele também falou que os trabalhos para desmontar a grua estão sendo feitos, mas ainda não há previsão sobre a retirada total do guindaste. Liberação da marginal O secretário estadual de transportes metropolitanos, Jose Luis Portela, disse que a pista expressa da Marginal do Pinheiros já poderá ser liberada a partir das 17 horas desta segunda, mas o horário exato da liberação vai ser definido pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Segundo ele, os engenheiros vistoriaram o local e permitiriam a liberação da pista expressa. Sindicato quer investigação A diretoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo se reuniu hoje para discutir sobre as providências que serão tomadas em relação às investigações sobre o acidente na Estação Pinheiros da Linha 4 do metrô, ocorrido na sexta-feira. De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, a categoria entrou em contato com a Assembléia Legislativa e pediu uma comissão para investigar a obra. Os sindicalistas também querem uma reunião com o governador de São Paulo, José Serra, para discutir os rumos da obra na Linha 4. Desde o começo dos trabalhos no ramal, o sindicato informou que já ocorreram 11 acidentes. Apoio às famílias A Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Governo do Estado de São Paulo, a quem o Metrô está vinculado, divulgou nota nesta segunda lamentando a morte de Abigail Rossi de Azevedo, de 75 anos, vítima do desmoronamento nas obras da Estação Pinheiros da Linha Amarela do Metrô da capital paulista. O corpo de Abigail foi localizado na madrugada desta segunda-feira pelo Corpo de Bombeiros quase 70 horas depois do deslizamento na futura Estação Pinheiros do Metrô. Ela havia saído de casa para uma consulta médica, quando passava pela Rua Capri para pegar um trem na Estação Pinheiros da CPTM, na hora do desabamento. De acordo com o coronel João dos Santos de Souza, comandante do Corpo de Bombeiros no local, o resgate do corpo da aposentada foi feito as 4h50. O enterro de Abigail vai acontecer nesta segunda-feira, no Cemitério Central de Santo Amaro. Souza afirmou ainda que o filho da aposentada teria declarado não querer identificar o corpo da mãe, já que queria guardar uma imagem viva dela. A identificação teria sido feita através dos documentos que Abigail carregava. A Secretaria reiterou ainda que o Consórcio Via Amarela (Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez), responsável pelas construções dará total apoio à família dela e às outras eventuais vítimas do acidente.

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