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Partido nunca investiu para valer na candidatura

Por Cenário: Marcelo de Moraes
Atualização:

Só uma reviravolta política impedirá que PT e PSB se tornem aliados formais na disputa presidencial já no primeiro turno. Desidratado politicamente por seu próprio partido, o deputado federal Ciro Gomes (CE) espera apenas pelo comunicado oficial do PSB ou por um gesto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sair oficialmente da disputa. Embora cobre publicamente ousadia dos socialistas, torcendo pela oficialização de sua candidatura, Ciro já recebeu sinais suficientes para saber que o PSB caminha mesmo para se alinhar com a petista Dilma Rousseff no primeiro turno.Na prática, o PSB poderá até prolongar por mais tempo a angústia de Ciro, mas deu provas suficientes que nunca investiu para valer na corrida presidencial. No máximo, fica acenando com a possibilidade da manutenção de sua candidatura como forma de pressionar o PT a fazer concessões na formação de alianças regionais que interessam ao comando do partido. É o caso do Ceará, onde os petistas não descartaram ainda a chance de lançar uma candidatura alternativa a do governador Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro, o que poderá atrapalhar sua reeleição.O PSB deixou claro que já desistiu da candidatura de Ciro muito mais pelo que não fez do que pelo que fez a seu favor. Em nenhum momento, a legenda negociou alianças com outros partidos para garantir ao deputado palanques regionais fortes e, sobretudo, tempo de rádio e televisão para a campanha. Não existe uma agenda de eventos para expor a pré-candidatura de Ciro, como acontece com Dilma ou com o tucano José Serra. Os movimentos do deputado são feitos por sua própria iniciativa.E foram diminuindo até cessarem definitivamente. Isolado, Ciro virou candidato de si mesmo e vai encolhendo nas pesquisas de intenção de voto. Porque o eleitor também parece já ter entendido o desfecho de sua campanha.

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