Partidos pequenos cogitam soluções para fugir da claúsula de barreira

Apesar do número expressivo da soma dos deputados eleitos dos 14 partidos, os pequenos não devem esperar solidariedade das grandes bancadas partidárias

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Por Agencia Estado
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Dois dias depois das eleições, a bancada dos "zumbis" na Câmara procura solução para uma situação inédita criada com a aplicação da chamada cláusula de barreira, que entrará em vigor em fevereiro de 2007, com a posse dos deputados eleitos. São 118 deputados de 14 partidos diferentes que terão atuação limitada, sem direito a ter um líder, gabinetes de liderança nem escolher comissões. É a maior bancada informal na Casa, com 23% dos deputados. "Estamos analisando várias possibilidades. A fusão com o PPS ou a criação da federação, mas essa alternativa depende de um mecanismo ainda não aprovado", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). O PV elegeu 13 deputados, mais do que o dobro dos 5 deputados eleitos em 2002, mas obteve 3,368 milhões de votos no País, 3,8% dos votos válidos, menos do que exigido pela legislação. O PTB também já discute fusão partidária para tentar sobreviver. O partido conseguiu 4,397 milhões de votos, 4,7% dos votos válidos. Ainda na ressaca das urnas, o PSOL tenta se manter como partido. "Vamos fazer uma frente para tirar a corda do nosso pescoço", afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). O partido elegeu três deputados, com 1,149 milhão de votos. "Querem sufocar um partido que ainda que acabou de nascer e que ainda é uma criança", completou. Somados Apesar do número expressivo da soma dos deputados eleitos dos 14 partidos, os pequenos não devem esperar solidariedade das grandes bancadas partidárias para propor soluções internas que possam permitir um funcionamento mais integrado na Casa. Enquanto os deputados de pequenos partidos discutiam saídas, líderes dos partidos maiores descartavam mudanças na lei ou na regra que limita a atuação dos 14 partidos que elegeram deputados. "A lei precisa ser aplicada", sentenciou o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ). O PFL elegeu 65 deputados com um total de 10,182 milhões de votos válidos. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse não ver sentido em reabrir a discussão da cláusula de barreira. "A lei é dura, mas é a lei. Votar outra lei agora é extemporânea", afirmou. Além do PFL, superaram a cláusula de barreira o PMDB, o PT, o PSDB, o PP, o PSB e o PDT. Elegeram deputados, mas não cumpriram as regras, além do PV, do PPS e do PTB, o PL, o PCdoB, o PSC, o PTC, o PSOL, o PMN, o Prona, o PHS, o PTdoB, o PAN e o PRB.

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