Passaportes de pilotos do Legacy serão liberados em 72 horas

Nesse período, a Polícia Federal terá de ouvir os dois comandantes do jato

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Por Agencia Estado
Atualização:

O desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, decidiu liberar em 72 horas o passaporte dos pilotos americanos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino. Nesse período, a Polícia Federal terá de ouvir os dois profissionais que, em 29 de setembro, conduziam o jato Legacy que colidiu com um Boeing da Gol na região da Serra do Cachimbo, matando 154 pessoas. A decisão do juiz contrariou o pedido da dona de casa Rosante Prates Amorin Gutjahr, viúva de Rolf Ferdinando Gutjahr, uma das vítimas do acidente. No pedido, ela alega que sua busca por justiça implica na responsabilização criminal dos envolvidos na tragédia. De acordo com a argumentação encaminhada à Justiça pelos advogados de Rosane, que mora no Paraná, "a permanência dos pilotos do jato no Brasil é de suma importância para complementar as complexas investigações em curso". Um dos advogados, Mário de Oliveira Filho, disse que a decisão demonstra que o Brasil é um país subserviente. Ele afirmou não acreditar que, por mais tratados que existam entre os dois países, seja possível punir os dois pilotos - caso sejam considerados responsáveis -, se eles estiverem no exterior. O advogado lembrou ainda que as investigações não estão paradas. "É prematura essa liberação", declarou. O Tribunal Regional Federal, explicou o advogado, negou pela primeira vez, em 17 de novembro, a devolução dos passaportes aos pilotos americanos. Se fosse confirmada a liminar, eles deveriam permanecer no Brasil até o julgamento do mérito da questão. Oliveira Filho entende que os pilotos somente deveriam ser liberados após apuradas as causas e formalizada a atribuição de responsabilidade desse que é o maior acidente aéreo da história do País. Ele ainda vai decidir com sua cliente se entrará ou não com recurso contra a liberação dos passaportes.

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