Pastelaria familiar resiste a deixar ponto

Não há proposta oficial, diz dono

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Por Redação
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A Pastelaria Brasileira, funciona há quase 35 anos na Rua Turiaçu, na Pompeia. Ao seu redor, os imóveis estão desocupados. Eram lojas de móveis, lanchonetes, cabeleireiros, oficinas mecânicas. "A vizinhança comenta que o Grupo Zaffari comprou os imóveis para construir um flat no local", conta o dono da pastelaria, Zezito Bonfim, de 37 anos. O grupo gaúcho não confirma a suspeita, mas o certo é que ele é dono do Shopping Bourbon, bem em frente. A tradicional pastelaria não pretende abandonar a clientela. "Não recebemos nenhuma proposta oficial. Se recebermos, vamos pedir parte do imóvel que fica a 200 metros à direita da pastelaria e um valor em torno de R$ 500 mil para as novas instalações", afirma Bonfim, que divide a sociedade do negócio com o irmão e o primo há 13 anos - o imóvel e o ponto foram comprados em 2004. Bonfim diz que eles nunca foram pressionados pelos empresários gaúchos, que até já provaram seus famosos pastéis. O preço da proposta, que pode parecer um tanto salgado, se explica. A pastelaria está incrustada bem no meio do que pode vir a ser o empreendimento, tornando impossível a sua construção. Outra razão é o intenso movimento. Por dia, o estabelecimento de 50 m² atende a cerca de 500 pessoas e prepara mais de 800 salgados. A clientela é composta por quem trabalha ou mora em Perdizes, Pompeia e Alto da Lapa, além de frequentadores do shopping e do Sesc Pompeia. Sócios e até jogadores do Palmeiras costumam aparecer. Tanto apego pelo local também está ligado à história de vida dos proprietários. Eles são de Rio das Contas, uma pequena cidade da Bahia, onde nunca tinham ouvido falar em pastel. "Cheguei aqui com 18 anos e sem nenhum dinheiro, apenas muita vontade de trabalhar. Juntamos nossas economias e fizemos um esforço danado para comprar a pastelaria."

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