Patrimônio tem obras de arte e R$ 13 mi em jóias

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Por Redação
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Há dois anos, para que nada se perdesse, Lily Marinho catalogou e fotografou todas as peças valiosas de seu acervo. Agora vai se despedir de todas elas. Das jóias, avaliadas em 8 milhões de francos suíços (cerca de R$ 13 milhões), a móveis Companhia das Índias, prataria e quadros, Lily colocou tudo à venda em três leilões que serão realizados em maio pela Sotheby?s, em Genebra e Nova York, e pelo escritório de Soraia Cals, no Rio. São mais de 2 mil peças. A maior parte das fazendas (ela herdou 20 do primeiro marido, o empresário Horácio de Carvalho), e a Ferrari, que ficava na Suíça, ela já vendeu. As outras fazendas ela vai vender aos poucos, assim como as 2 mil cabeças de gado. Lily quer resolver tudo antes de completar 90 anos. "Se outras pessoas fizessem o mesmo, evitariam tantas brigas", comenta Soraia Cals, que ao lado de Evandro Carneiro, vai cuidar do leilão no Rio. Serão necessários cinco dias de pregão, de 13 a 17 de maio, para vender tudo. Há preciosidades para colecionadores. Entre as louças, a estrela é uma sopeira da Companhia das Índias. O lance inicial é de R$ 250 mil. Há cômodas que estão na família de Horácio de Carvalho há mais de cem anos, como uma peça do século 18 avaliada em R$ 150 mil. "É possível contar a história do mobiliário brasileiro a partir dos móveis no leilão", diz Romaric Büel, que escreve os textos de apresentação do catálogo. Só de cadeiras são 57 tipos. Sem falar na coleção de pintura. No Rio, também serão leiloados Di Cavalcantis, Portinaris, Fachinettis. O quadro mais valioso é Flores, que Cândido Portinari pintou em 1940. O lance inicial é de meio milhão de reais. A maior preciosidade do acervo de pinturas de Lily será leiloado em Nova York. Trata-se de um retrato seu feito pelo holandês Kees van Dongen, em 1946, em Paris. O lance inicial parte de US$ 700 mil. As jóias, essas Lily preferiu entregar à Sotheby?s. As 64 peças reúnem quase todas as jóias que ganhou durante os dois casamentos. Tanto Horácio de Carvalho quanto Roberto Marinho eram generosos. Lily só quer guardar as jóias mais discretas. Mas nem as esmeraldas nem os rubis vão ser vendidos agora. Não é por apego. "É que o mercado agora está melhor para os brilhantes."

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