Paulista é ''inadequada'' à Parada Gay, diz Kassab

Prefeito observa que obras do metrô podem ter dificultado a segurança; MPE pretende analisar sugestões da PM e também pode barrar evento

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Por Renato Machado e Luisa Alcalde
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), afirmou ontem que a Avenida Paulista não é um local apropriado para grandes eventos, como a Parada Gay. O Ministério Público também estuda a retirada dos festejos do local. Apesar do reforço de câmeras de segurança e de aproximadamente 300 seguranças privados, mesmo assim houve brigas, empurra-empurra e centenas de furtos. Opine: a Paulista é o palco ideal para grandes manifestações? "A Paulista cada vez mais se mostra inadequada para os eventos. O que ontem (domingo) pode ter atrapalhado foi a obra do metrô, que bloqueou o fim da avenida e com isso o que era para ser um evento em contínuo andamento das pessoas acabou tendo prejuízo", disse o prefeito na tarde de ontem, durante a entrega de 75 viaturas para o Programa de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar, em parceria com o governo estadual. Kassab disse que ainda não há projetos para transferir o evento de local, mas não descarta essa hipótese. "Vamos aguardar com muita seriedade para definir o encaminhamento. Até o momento não foi (estudada a troca de local), mas nada indica que não possa ser analisada." Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual prevê que a Prefeitura pode realizar três grandes eventos na Avenida Paulista por ano: a Parada Gay, a festa da virada de ano e a Corrida de São Silvestre. Questionado sobre se a mudança poderia afetar outros eventos, Kassab afirmou que é preciso analisar, mas os outros não causariam tanto impacto na região. "O revéillon, pelo horário que acontece, não provoca interferência no trânsito. Os hospitais têm conseguido apresentar situações de fluxo de ambulâncias, o que garante certa segurança." O prefeito ainda afirmou que uma avaliação sobre os eventos do domingo passado será feita pelas entidades responsáveis pela Parada Gay - para então tomar alguma decisão. "Vamos aguardar para que a gente possa preservar os grandes eventos da cidade de São Paulo e possamos também preservar a segurança das pessoas." PROMOTOR Já a Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público vai solicitar os relatórios da Polícia Militar com as ocorrências e problemas de segurança ocorridos no domingo, além das sugestões de modificações na logística que o comandante da região central, coronel Marcos Chaves, pretende encaminhar para a Prefeitura e para os organizadores. Se o promotor entender que a festa oferece riscos de segurança para quem participa e para quem a assiste, o TAC firmado em 2007 entre o MP, prefeitura e organizadores poderá ser revisto. "Se um evento com essa dimensão não oferecer mais segurança, a realização dele naquele local precisará ser repensada. Se não pela administração pública, com base no interesse público, o será pelo Ministério Público." Freitas quer saber, por exemplo, se as rotas de fuga em ruas transversais, escoamento de público em caso de confusão, além do número de seguranças privados e de policiais foram suficientes para evitar uma possível tragédia. "O que tem de prevalecer é a segurança da população. Ou eles (a organização) acolhem as mudanças propostas pela PM ou mudam de lugar'', ressaltou.

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