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Paulista seqüestra ônibus e se entrega no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O paulista Rodrigo Mayke Dezani, de 21 anos, foi preso hoje à tarde, depois de seqüestrar um ônibus e manter um homem como refém no centro do Rio. O assaltante, que estava armado com um revólver calibre 38, decidiu se entregar depois de 15 minutos de negociação com a polícia militar. Na delegacia, ele disse que temia ter o mesmo fim de Sandro Nascimento, o seqüestrador do ônibus 174, que manteve por mais de quatro horas 11 pessoas como reféns, em 12 de junho de 2000. O criminoso e uma professora usada como escudo morreram. Dezani e um comparsa haviam tentado assaltar o ônibus 119 (Praça XV-Copacabana). A dupla foi descoberta por agentes do Policiamento Transportado em Ônibus Urbano (Ptou) da Polícia Militar. Dezani tentou escapar do cerco e entrou no ônibus 730 (Castelo-Charitas), onde estavam cerca de 20 passageiros. Como não conseguia dominar todos ocupantes do ônibus, Dezani os liberou, e permaneceu com o contínuo Aílton Anchieta de Carvalho de 37 anos, como refém. O major do 13º BPM, Gilvandro Santiago, negociou a libertação do refém. "Tirei o quepe para que ele visse meu rosto e minhas expressões, entreguei a arma para um colega e sentei do lado dele no ônibus", contou Santiago. Durante a negociação, o contínuo pedia ao assaltante: "Não faz isso, não." O assaltante parecia confuso e chegou a perguntar se a facção criminosa Comando Vermelho comandava a polícia no Rio, segundo narrou o major. Dezani se entregou depois que recebeu garantias de vida. Ele deixou o ônibus abraçado ao policial militar, que o protegia de uma tentativa de linchamento. Santiago disse que nunca fez cursos de negociação. Ele é especializado em tiro policial e motociclista de escolta. O secretário de Estado de Segurança, Roberto Aguiar, elogiou a atuação do policial. "Essa foi uma ação absolutamente diferenciada. Deixamos de lado as ações emocionais, não planejadas do passado, e passamos a empregar a técnica", afirmou. O secretário se referia ao episódio do 174, quando um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), agiu precipitadamente, atirando contra Sandro do Nascimento. O bandido acabou matando a professora Geísa Firmo dos Santos.

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