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Paulo Borges, da SPFW, assume evento do Rio

Edição paulista de junho vai celebrar o Ano da França no Brasil

Por Valéria França
Atualização:

Maior evento de moda do País, a São Paulo Fashion Week (SPFW) também vai homenagear o Ano da França no Brasil. Passion-Paixão será o tema do próximo evento, de 17 a 23 de junho, no prédio da Bienal, no Ibirapuera, zona sul. Paulo Borges, o organizador da SPFW, ainda está acertando na Europa detalhes da programação, que inclui seminários e a participação de estilistas franceses, num tour de negócios pela França. Enquanto isso, no Brasil, corre um tititi sobre o destino do Fashion Rio, que acontece de 5 a 10 de junho. Na semana passada, Borges anunciou que agora ele também está à frente do evento carioca. A decisão veio da InBrands, conglomerado de moda que reúne Ellus, Alexandre Herchcovitch, Isabela Capeto e a SPFW. Há uma semana, a holding recebeu a licença da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) de operar por dez anos o Fashion Rio. Ao anunciar o negócio, a empresa confirmou na direção Borges, conhecido por ser o principal mentor da profissionalização da moda brasileira. "A São Paulo Fashion Week é o evento mais bem acabado de moda no País", diz Gloria Kalil, consultora de moda. "O Fashion Rio não tem a mesma estrutura. Espera-se uma mudança de padrão. Agora precisa ver quais serão as consequências disso. Ao que parece, sobre o comando da mesma empresa, os dois eventos agora podem se integrar." DESLOCAMENTO DO EIXO Como São Paulo concentra grifes de grande porte, como Iódice e Forum, não há quem aposte num deslocamento do eixo da moda da capital paulista para a carioca, conhecida por ter confecções menores. "O Rio tem vocação para ser a capital da moda praia do mundo", diz Ucho Carvalho, vice-presidente da Maior, empresa de entretenimento de Nizan Guanaes, responsável pelo Rio Summer - evento que estreou em novembro de 2008, com 20 marcas na passarela e 80 convidados internacionais, sendo 50 compradores . "A primeira edição foi um sucesso. A intenção é divulgar o life style do carioca. Já está prevista uma turnê com os compradores pelos bares da Lapa, Jardim Botânico e outros pontos."Ontem foi anunciado que a segunda edição terá a direção de Eloísa Simão, que organizava o Fashion Rio até a entrada de Paulo Borges. Como o Rio Summer acontece em novembro, o evento não concorre diretamente com o Fashion Rio. Mas quem desfila na semana de moda carioca, não se apresenta em São Paulo, e vice-versa. Os dois eventos acontecem duas vezes por ano, em junho e janeiro. Geralmente, quando acaba um começa o outro. "Seria caro e não teria por que repetir o mesmo desfile", explica Amir Slama, dono da Rosa Chá e presidente da Associação Brasileira dos Estilistas, que reúne 56 membros. Como o evento paulista é mais forte em negócios, quando as grifes cariocas ganham fôlego trocam as passarelas do Rio pela de São Paulo. Foi o que aconteceu com a Colcci, que no ano passado começou a desfilar em São Paulo em 2008. A SPFW recebe até 1 milhão de visitantes e movimenta R$ 1,5 bilhão em negócios, enquanto as cifras do Fashion Rio ficam em torno dos R$ 373 milhões. O fato de ser um evento menor, a semana carioca tem custos mais elevados que a paulistana. "O desfile sai mais caro lá", diz Slama. "O cachê das modelos, por exemplo, é mais alto no Rio do que em São Paulo. Por serem paulistanas, as agências embutem no preço o custo operacional de transporte e hospedagem ." Slama enxerga como uma vantagem a integração dos dois calendários. "Lembro de um desfile que participei em Moscou, com (o estilista) Alexandre Herchcovitch. Os jornalistas me perguntaram por que o Brasil tinha duas semanas de moda." No exterior, há a semana de Paris, de Milão, e de Nova York, ou seja, uma por país. "O Rio poderia ficar com os novos talentos, e São Paulo com as grifes mais experientes", sugere Slama. Segundo a Luminosidade, empresa de Paulo Borges, para a edição de junho, o Fashion Rio não terá mudanças radicais, só cosméticas, como uma cenografia especial.

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