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PCC está por trás da onda de seqüestros em Campinas

Por Agencia Estado
Atualização:

Membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) estão por trás da onda de seqüestros na região de Campinas, no interior do Estado. Dois dos líderes da principal quadrilha que atua na região pertencem à organização criminosa que atua dentro e fora das prisões de São Paulo: Wanderson de Paula Lima, o Andinho, de 23 anos, e Cristiano Nascimento faria, o Cris. De acordo com o titular da Delegacia Anti-Seqüestro, delegado Joel Antônio dos Santos, Andinho, que permanece foragido, mantém contato com bandidos dentro de penitenciárias por meio de telefones celulares e visitas. Ele, que se transformou no criminoso mais procurado pela polícia da região, pode ter seus bens seqüestrados pela Justiça. A polícia está investigando o patrimônio de Andinho e de seus parentes, comprado com dinheiro do resgate de suas vítimas - ele é suspeito de ser o autor de pelo menos dez seqüestros ocorridos na região. Os policiais já encontraram uma mansão com piscina em Atibaia e uma casa em Campinas. O pedido do bloqueio dos bens deve ser feito no término do inquérito que apurou o seqüestro de um empresário de Limeira, libertado em dezembro. Além de Andinho, seu braço direito também é membro do PCC. Cris fugiu há duas semanas do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas. Além de envolvimento com roubos e seqüestros, Cris é acusado de ter liderado o resgate de presos ocorrido em 2000, no 45º Distrito Policial, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. O objetivo da ação foi retirar um de seus irmãos da cadeia. Na manhã desta quarta-feira, a polícia identificou mais um suspeito de participar do seqüestro e morte da dona de casa Rosana Rangel Menotti, de 51 anos. Até agora, são quatro os acusados de participar do crime que estão sendo procurados pela polícia - seus nomes não foram divulgados. Rosana foi assassinada na madrugada de 10 de janeiro a tiros de fuzil em frente de sua casa, no bairro do Taquaral, em Campinas. Ela havia sido seqüestrada na noite do dia 4. Os bandidos exigiam R$ 100 mil de resgate, o que a família não podia pagar. A polícia também descobriu que o seqüestrador preso em flagrante na noite de sábado em Hortolândia participou de dois outros seqüestros no ano passado. Ele foi preso enquanto guardava o cativeiro em que estava uma estudante de 23 anos, seqüestrada dias antes em Piracicaba. Zaquel Ferreira da Silva foi apontado como co-autor dos seqüestros de um comerciante de 82 anos em Monte-Mor e de um outro de 67 anos, ocorrido em Indaiatuba. Até agora, desde a sua criação, a Delegacia Anti-Seqüestro de Campinas, que atende a uma região com 90 municípios, resolveu 13 dos 16 casos que atendeu, prendendo 26 seqüestradores. "Nós reduzimos em 20% os roubos e furtos de autos na cidade e vamos reduzir os seqüestros", afirmou o delegado Eduardo Hallage, diretor do Departamento de Polícia do Interior-2 (Deinter-2), responsável pela região.

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