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PCC fez cemitério para enterrar rivais

Facção nomeou até coveiro em Guarulhos para cuidar de execuções

Por Josmar Jozino
Atualização:

Uma quadrilha de traficantes de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) tinha cemitério e até coveiro para enterrar os rivais condenados à morte pelo "tribunal" do crime organizado em Guarulhos, na Grande São Paulo. Seis integrantes do bando foram presos e um está foragido. Segundo a Polícia Civil, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça indicam que os criminosos mataram pelo menos cinco desafetos. Os traficantes comandavam a distribuição de drogas em Guarulhos e Arujá, também na Grande São Paulo, e na região de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. Os criminosos eram investigados desde novembro de 2008 pela equipe do delegado titular Valter Sérgio de Abreu, da Delegacia de Repressão a Furto do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic). De acordo com Abreu, o bando movimentava R$ 1 milhão por mês com a venda de drogas. "A contabilidade apreendida com os traficantes mostra créditos de R$ 250 mil por semana. Nesta época, porém, véspera do carnaval, o faturamento aumentou um pouco e chegou a R$ 330 mil", explicou o delegado titular. NEGO Os policiais do Deic prenderam Washington Ferreira Franca, de 20 anos, o Nego, anteontem pela manhã. Ele revelou o endereço dos parceiros e o local onde o bando escondia drogas. Segundo Abreu, Nego também forneceu alguns detalhes do cemitério clandestino do crime organizado em Guarulhos. Nego, no entanto, mesmo algemado com as mãos para trás, conseguiu derrubar um policial e fugiu. O investigador não pôde atirar nele porque na Favela do Sítio São Francisco, no bairro dos Pimentas, em Guarulhos, havia muita gente nas ruas, incluindo crianças. Com as informações do foragido, policiais prenderam os outros integrantes da quadrilha. Apontado como líder do PCC em Guarulhos, Francisco Cleiton Mendes Santana, de 29 anos, o Gordão, foi preso ontem de manhã na Favela Sítio São Francisco, onde policiais também detiveram a mulher dele, Fernanda Almeida da Silva, de 30 anos, a Galega, e o aposentado Antonio Cordeiro da Silva, de 61. O delegado Abreu afirmou que Gordão era o "juiz" do "tribunal" do PCC em Guarulhos e suas vítimas eram enterradas por Francisco Marcelino de Oliveira, de 36 anos, o Cabeça, coveiro do bando. Cabeça foi preso em Arujá. No bairro de Picanço, em Guarulhos, policiais detiveram Rodnei de Alencar Casquel, de 23 anos, o Pamonha. Braço direito de Gordão e o segundo homem do PCC em Guarulhos, Rovilso Castorino da Silva, de 39 anos, o Macarrão, filho do aposentado Silva, foi preso em São Miguel Paulista.

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