PCC obriga parentes de presos a cometer crimes

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia prendeu nesta quinta-feira dois parentes de presos que estariam sendo ameaçados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) eobrigados a praticar assaltos a banco e traficar drogas em São Paulo. Parte do dinheiro era destinada à organização criminosa. As ordens eram determinadas pelos presos da Casa de Detenção. "A descoberta foi possível depois de seis meses de investigações e escuta das conversas mantidas por meio de telefones celulares entre marginais presos e os que se encontram na rua", disse o delegado Godofredo Bittencourt Filho, diretor do Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais (Depatri). A polícia admitiu pela primeira vez que o tráfico na cidade é coordenado nos presídios. Nas gravações dessas conversas, uma equipe da Delegacia de Roubos a Banco, coordenada pelo delegado Rui Ferraz Fontes, constatou que o traficante Vilmar Santana de Sousa, de 33 anos, preso na Casa de Detenção, detinha o tráfico na Favela da Vila Elba, na zona leste. A mulher do traficante, conhecida apenas por Cristina, era seu braço direito fora do presídio. Os policiais ficaram sabendo que havia grande quantidade de tabletes de crack na casa de Maria Cristina de Oliveira, na Rua João Machado da Silva, perto da Favela da Vila Elba. Foram apreendidos 18 quilos de crack bruto, que renderiam R$ 500 mil, uma balança de precisão e um tambor. "Maria Cristina é amguíssima de Cristina e mulher de Edson, um traficante que estamos procurando", disse Bittencourt. Maria Cristina foi presa, mas Cristina conseguiu fugir. No mesmo dia, foi preso em flagrante, por porte ilegal de uma pistola 380, N.P., irmão do assaltante de bancos M.P., que deixou a detenção em dezembro. A família de M.P. vinha sendo ameaçada de morte, se ele não assaltasse um banco, como determinavam os detentos conhecidos apenas por Denis, Cássio, Sucuri e James, dos 7º e 8º pavilhões da Casa de Detenção. Esses presos serão identificados e indiciados por crime de extorsão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.