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PCC preparava nova onda de ataques

Polícia Federal rastreia ordens dadas por líderes presos e descobre drogas e arsenal para derrubar helicópteros

Por Rodrigo Pereira e Brás Henrique
Atualização:

Pouco mais de um ano depois da terceira onda de ataques em todo o Estado de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) planejava uma nova onda de terror. Desta vez, além de ações isoladas contra agentes de segurança, a facção queria explodir helicópteros e usar granadas e outros explosivos. O plano foi descoberto por uma força-tarefa da Polícia Federal, da Aeronáutica e da Polícia Militar de São Paulo e resultou na apreensão, ontem, de itens de uso exclusivo do Exército: 7 busters TNT, 15 petardos, 8 granadas, 3 fuzis 7,62 milímetros, 1 metralhadora, 1 lançador de granadas, 2 pistolas 9 milímetros, 1 lançador de foguetes e 1 lata com explosivos. A operação ocorreu em Pradópolis, na região de Ribeirão Preto, onde ainda foram encontrados 431,6 quilos de pasta base de cocaína, avaliada em U$ 2 milhões, cuja venda financiaria a atuação do PCC. A polícia também apreendeu 3 carros (um A3, um Uno e um Gol), 2 motos e R$ 7,4 mil em dinheiro. A expectativa da PF é que as apreensões representem mais um baque no financiamento do crime organizado no Estado e dificultem ações futuras. Há quatro meses, o serviço de inteligência começou a realizar um pente-fino na Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau, onde estão os 760 principais líderes do PCC. Apontado pelos policiais como chefão da facção criminosa, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria articulado o plano, com auxílio das visitas que recebeu. Por carta, ele teria encomendado a droga e os armamentos e indicado como seria a distribuição. O ESQUEMA Um avião de pequeno porte trouxe do Paraguai a droga e os armamentos, deixados ao lado de uma pista, no meio de um canavial. Cerca de 100 quilos da droga, produzida na Bolívia, ficariam na região de Ribeirão Preto e o restante seria mandado para a capital paulista. A mercadoria foi apreendida no local e dois homens - Moisés Stein e Adenilson Aparecido Ferreira da Silva - foram perseguidos e presos pelos policiais. "As investigações agora vão verificar a ligação desses presos com o PCC", disse o superintendente da PF de São Paulo, Jaber Makul Hanna Saadi. Indagado sobre a estrutura do PCC hoje, Saadi preferiu ressaltar que a operação de ontem "prova que as organizações de segurança estão unidas e combatendo a criminalidade".

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