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PCC pretendia metralhar ônibus em Sorocaba

Por Agencia Estado
Atualização:

O preso Carlos Aparecido Pacheco, o "Caó", de 37 anos, pivô das mortes de três detentos ocorridas domingo na Penitenciária Estadual Antonio de Souza Neto, em Sorocaba, tinha recebido ordem do Primeiro Comando da Capital (PCC) para liderar um atentado contra o ônibus que transporta funcionários do presídio. Como não cumpriu a determinação, foi jurado de morte pela facção criminosa. Essa versão foi contada à polícia nos dos dias em que "Caó" permaneceu preso em Sorocaba. Segundo ele, o ônibus deveria ser metralhado. Condenado por assalto e homicídio, ele cumpria pena na Penitenciária de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, de onde fugiu. Sua fuga teria sido patrocinada pelo PCC. As circunstâncias ainda estão sendo investigadas. Ele atuava como tesoureiro da facção. Segundo a polícia, ao deixar de cumprir a "missão" dada pelo PCC, assinou sua sentença de morte. Na madrugada do dia 12, "Caó" era um dos ocupantes de um Escort fechado por dois carros na Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, próximo de Sorocaba. Ele estava na companhia de Rubens Cardoso dos Santos, de 36 anos, e da estudante de Direito Lílian Egea Loureiro, de 22. Foram disparados mais de dez tiros contra o veículo. A estudante morreu na hora. Mesmo ferido com dois tiros, Rubens furou o cerco e dirigiu o carro até uma unidade do Corpo de Bombeiros. Ele foi levado à Santa Casa e "Caó", também ferido, foi internado no Hospital Regional de Sorocaba. Na tarde de sábado, um bando armado preparava-se para invadir o hospital, mas despertou a atenção de moradores que chamaram a polícia. O que os policiais imaginavam que fosse uma tentativa de resgate seria na verdade a execução do preso. Quatro integrantes do bando, Milton Francisco Santana, de 39 anos, André Luiz Takara, de 20, Michael Júnior Dalapria, 19, e o menor R.F.S., de 17, foram presos. Os três primeiros, que se declararam integrantes do PCC, foram levados para a penitenciária de Sorocaba e colocados na cela do "seguro", onde ficam presos jurados de morte. O presídio é controlado pelo Comando Revolucionário Brasileiro do Crime (CRBC), facção inimiga do PCC. Mais de 100 presos lincharam os recém-chegados. "Caó" também seria morto, mas os agentes penitenciários conseguiram evitar a invasão da enfermaria, onde ele se encontrava. Na mesma noite, ele foi transferido para São Paulo. Helicóptero Em Itapetininga, a polícia passou a escoltar os ônibus que transportam funcionários das duas penitenciárias instaladas no município, depois de receber a informação de que seriam atacados com granadas por integrantes do PCC. No fim de semana, a escolta foi reforçada com o uso de um helicóptero. Os funcionários foram orientados para só usarem os uniformes no interior do presídio. O aparato chama a atenção dos moradores. "Parece cenário de filme", disse o engenheiro agrônomo Edegar Mascari Petisco. Em Iperó, a segurança da penitenciária também foi reforçada. A polícia militar deteve na noite de nesta segunda-feira quatro ocupantes de um carro que rondava o presídio, mas eles não tinham armas e foram liberados.

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