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Pedida prisão de agentes acusados de torturar menores no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público pediu a prisão preventiva de dez agentes do Departamento de Gestões Sócio-Educativas (Degase), denunciados pelo crime de tortura. Eles são acusados de agredir e ameaçar dez jovens que estavam no Centro de Triagem e Recepção de Menores (CTR) da Ilha do Governador, no Rio. Segundo o MP, os menores eram espancados com pedaços de madeira e depois colocados em celas chamadas de solitárias, sem higiene. Eles eram ainda forçados a ingerir fezes e acordados de madrugada para fazer exercícios físicos. A denúncia, oferecida pela promotora Érika da Rocha Figueiredo Barbosa à 2ª Vara Criminal da Ilha do Governador, diz que os agentes estimulavam brigas entre os internos e os agrediam sem motivo. A pena é de quatro a dez anos e pode ser aumentada de um sexto a um terço porque o crime foi contra menores. O crime é considerado hediondo. Durante uma inspeção, o MP encontrou no CTR pedaços de madeira, cabos de vassoura e munição para armas de fogo. Os promotores constataram que os jovens tinham marcas de espancamento. O centro estava superlotado e os banheiros, celas e alojamentos, imundos. De acordo com a delegada Liliane Santos da Silva, no relatório de investigação encaminhado ao MP, "a ação dos indiciados visava à aplicação de algum tipo de punição por mal comportamento, isto é, eles utilizavam-se da tortura como meio de exercer domínio sobre os adolescentes infratores." A promotora pediu a prisão preventiva dos agentes porque acredita que, se permanecerem livres, eles podem ameaçar as vítimas. São eles: Darcy Ferreira da Silva Junior, Lenine Augusto da Pena Junior, Ricardo Borges Carvalho, Marcus Eduardo dos Santos de Paula, Eduardo Leal Tavares, Sidney Mendes de Melo Matias, Marcelo Souza Campos, Eduardo Luiz Maschetti, Laércio dos Reis Pires e José Ricardo Gonçalves.

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